Os Bispos Católicos angolanos exortaram hoje os políticos a fazerem discursos que “elevem o patriotismo e a cidadania”, reiterando a necessidade da “tolerância” e de “evitarem discursos insultuosos e incendiários, que tendem à banalização”, em ambiente eleitoral.
É preciso primar “principalmente os políticos, por discursos que despertem a nobreza do patriotismo, da cidadania, da harmonia e amizade social que garantam no povo acreditar num futuro melhor”, afirmou hoje o presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), José Manuel Imbamba.
O responsável recordou que Angola vai a eleições em 24 de agosto próximo, considerando que o país “será chamado mais uma vez a viver um dos mais significativos acontecimentos da sua história”, desejando que o processo decorra “com grande alegria e exemplar convívio social”.
Todavia, frisou, trata-se também de “um momento de grande e grave responsabilidade” porque mais uma vez será posta à prova a capacidade de mostrar que os angolanos “procuram ser verdadeiros irmãos uns dos outros”.
José Manuel Imbamba falava hoje na abertura da segunda Assembleia Plenária da CEAST, que decorre até ao dia 21 deste mês, congregando todo o clero católico em Luanda.
Reiterou, na sua intervenção, os apelos para a “elevação da tolerância, do respeito pelas instituições do Estado e pelas diferenças políticas e de se evitarem discursos insultuosos, difamatórios e incendiários que tendem à banalização, à ofensa, ao desrespeito da dignidade e do bom nome alheios e ao fanatismo cego e violento, para um ambiente eleitoral harmonioso”.
Pediu também aos fazedores de opinião e analistas a “controlarem mais as suas emoções” para se “evitar impelir os cidadãos a conclusões erradas contra terceiros”.
Para o líder da CEAST, as falsas notícias “não devem ser transformadas em arma de arremesso contra a honra alheia”, exortando os órgãos de informação, públicos e privados, a transformarem-se em “autênticas escolas para a vida, cidadania, liberdade, paz, unidade, fraternidade, justiça, ética e verdade”.
“Tenhamos sempre presente que a paz terrena nasce do amor ao próximo, absolutamente necessárias para a sua edificação é a vontade firme de respeitar a dignidade dos outros e a prática assídua da fraternidade”, notou.
O também arcebispo de Saurimo defendeu igualmente a necessidade da “intensificação” de ações de educação cívica, sobretudo nas comunidades, no âmbito das eleições de agosto.
“E da sensibilização das consciências para o dever e a urgência de todos trabalharmos para a consolidação do bem, da paz, da democracia e do convívio salutar da nossa terra”, rematou José Manuel Imbamba.
No arranque dos trabalhos, os bispos da CEAST cumpriram um minuto de silêncio em memória do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que morreu na sexta-feira, e renovaram sentimentos de pensar ao executivo angolano, ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder, e à sua família.
Para as quintas eleições gerais da história política do país, convocadas para 24 de agosto, o Tribunal Constitucional angolano aprovou oito candidaturas.
Pelo menos 14,3 milhões de eleitores, sendo 22 mil no exterior, estão aptos para exercer o seu direito de voto nas eleições angolanas, que elege o cabeça de lista da candidatura mais votada como Presidente da República.