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Angola: BPC vai deixar de ser único banco angolano a pagar pensões – BNA

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) angolano, a maior entidade bancária de capitais totalmente públicos, vai deixar de ser o único banco a pagar pensões, para “reduzir a pressão” sobre esta instituição bancária em reestruturação, foi hoje anunciado.

O anúncio foi feito hoje pelo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, prometendo que o pagamento de pensões “será desconcentrado” através do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) que passou a ser membro do Sistema de Pagamentos de Angola.

“E, por isso, vai poder (o INSS), tão logo tenha as condições operacionais para o efeito, fazer este acerto e, em função das solicitações dos pensionistas, eles passarem a receber o que lhes é devido no banco da sua escolha”, disse.

“E retiramos essa pressão que já vinha do passado e que se agrava com o programa de reestruturação do BPC”, apontou.

O governador do BNA respondia hoje no parlamento as preocupações dos deputados angolanos durante a discussão e votação na generalidade da proposta de Lei do Regime de Atividades das Instituições Financeiras.

A instituição bancária regista, quase diariamente, enchentes no interior e à entrada dos balcões, espalhados pelo país, onde os pensionistas acorrem em busca dos seus rendimentos.

Para José de Lima Massano, “não faz sentido termos o pagamento de pensões num único banco”.

“Portanto, os pensionistas têm de ter o direito de escolherem os bancos onde querem receber as suas pensões”, defendeu.

O Banco de Poupança e Crédito, agora presidido por André Lopes, está em processo de reestruturação. Recentemente encerrou várias agências, sobretudo em Luanda, e despediu vários colaboradores.

Em relação ao encerramento de agências e afastamento de colaboradores, Massano disse aos deputados que para todo o processo de reestruturação do BPC há equipas específicas criadas a tratarem do assunto.

O BPC possui uma enorme carteira de crédito malparado e tem sido recapitalizado pelo Estado angolano.

Segundo o governador do banco central angolano, o crédito em situação irregular no país é uma preocupação, dando conta que neste momento cerca de 21% do crédito concedido à economia encontra-se em situação irregular.

“E é 21%, porque parte significativa deste crédito foi transferida para a Recredit [entidade criada para recuperar créditos]. Há muito crédito que infelizmente não foi até agora pago, não foi regularizado e claro que isso depois causa dificuldade na concessão de mais crédito à economia”, lamentou Massano.

Quanto aos pressupostos da Lei do Regime de Atividades das Instituições Financeiras, aprovada hoje com 153 votos a favor, nenhum contra e seis abstenções, o responsável assegurou que a mesma “não abre espaço para concentração ou conluio entre bancos”.

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