A organização que reclama a independência de Cabinda afirma que “votar nas eleições de Angola é um ato antipatriótico e de submissão ao colonialismo angolano” e pede que os cabindeses não vão às urnas em agosto.
A organização que reclama a independência de Cabinda afirma que “votar nas eleições de Angola é um ato antipatriótico e de submissão ao colonialismo angolano” e lança o apelo para que os cabindeses não vão às urnas em agosto.
A Frente de Libertação do Estado de Cabinda — Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) apelou esta quinta-feira (07.04) “a todos os cabindeses a boicotarem as eleições angolanas”, que se realizam em agosto deste ano, naquela província do norte de Angola.
Em comunicado, a organização, que reclama há vários anos a independência daquela parcela do território, refere que “os partidos políticos angolanos são representativos unicamente dos interesses políticos angolanos e não de Cabinda”.
“Votar nas eleições de Angola é um ato antipatriótico e de submissão ao colonialismo angolano. Votar nas eleições de Angola em Cabinda é aceitar ser escravo do Governo angolano e validar todas as humilhações, passadas, presentes e futuras, praticadas por Angola em Cabinda”, lê-se no comunicado citado pela agência de notícias Lusa.
O movimento independentista de Cabinda, província petrolífera angolana, considera ainda que “as eleições em Angola não são eleições em Cabinda”.
Atenção às “manobras de sedução” do MPLA
“Apela também a todos os cabindeses a permanecerem atentos às manobras de sedução que estão em curso por membros do MPLA [Movimento Popular da Libertação de Angola, partido no poder] e que mais tarde vão manchar a imagem e descredibilizar as instituições políticas cabindesas e dos seus dirigentes que até agora têm feito um trabalho notável pela dignidade do povo de Cabinda”, destaca o comunicado.
“A FLEC-FAC alerta também as organizações e movimentos políticos cabindeses, e sociedade civil cabindesa, para as manobras eleitoralistas do MPLA que compreendeu que é completamente rejeitado em Cabinda. As organizações e movimentos políticos cabindeses sabem que qualquer iniciativa, promovida, organizada e financiada pelo MPLA apenas defenderá os interesses do MPLA e dos seus oligarcas”, acrescenta o documento.
Angola vai realizar as quintas eleições gerais na segunda quinzena de agosto.