Declarações de João Lourenço sobre acontecimentos no Cafunfo criticadas por advogado e dirigente de movimento das Lundas
Foi entregue quarta-feira a um juiz na província da Lunda Norte um pedido de Habeas Corpus para a libertação do dirigente do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, Josá Mateus Zecamutchima, confirmou o advogado Salvador Freire.
José Mateus Zecamutchima foi detido no passado dia 9 de Fevereiro na squência dos confrontos no Cafunfo entre apoiantes do seu movimento e a polícia que resultaram num número indeterminado de mortes.
José Mateus Zecamutchima continu detido em Luanda mas as autoridades disseram que faz face a acusações na Lunda Norte ligadas aos acontecimentos no Cafunfo
As autoridades têm-se recusado a permitir uma investigação independente.
No início da semana o presidente João Lourenço repetiu a versão anerior dada por membros do seu governo segundo os quais ter-se-a registado um acto de rebelião armada protagonizado por cidadãos nacionais e estrangeiros que atacaram com armas uma esquadra policial”, abora tenha dito que se aguardam as conclusões de um inquérito em curso
O advogado Salvador Freire, entende que as declarações de João Lourenço na abertura esta terça-feira, 2, da reunião do conselho de ministro, visaram condenar na praça pública Zecamutchima e dezenas de detidos naquela província,pelo acredita que neste caso seja feita a justiça.
“As declarações do senhor Presidente na abertura da reunião do Conselho de Ministro é um julgamento publico, porque ele devia antes orientar o inquérito e não fez isso, por isso não acredito que no caso em concreto seja feita justiça”, disse salvador Freire.
A mesma opinião tem Fiel Buaco, Secretário Geral G do Movimento do Protectorado que se manifestou desapontado, segundo ele, pela forma como o Presidente da República nas suas de declarações tratou os manifestantes de Cafunfo de grupo de rebelião.
“O presidente João Lourenço não é juiz para antecipar a sentença daqueles que apenas sairam às ruas parareivindicar os seus direitos”, disse acrescentando que a declaração do presidente significa que “à partida não haverá uma investigação independente”.