O voto de pesar pelas mortes em manifestação na vila de Cafunfo foi proposto pelo CDS-PP e contou com votos contra do PS, PSD e PCP, enquanto que o Bloco de Esquerda já não se encontrava presente.
A comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas rejeitou esta terça-feira um voto de pesar pelas mortes que ocorreram numa manifestação na vila de Cafunfo, na província de Lunda-Norte, em Angola, confirmaram á Lusa deputados presentes na reunião.
O voto de pesar, proposto pelo CDS-PP, cuja votação já tinha sido adiada por diversas vezes, contou na reunião desta terça-feira com os votos contra do PS, PSD e PCP, enquanto deputados do Bloco de Esquerda já não se encontravam na sala, confirmaram à Lusa parlamentares socialistas e sociais-democratas. A Lusa tentou obter um comentário do líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, mas tal não foi possível até ao momento.
A vila mineira de Cafunfo, município do Cuango, leste de Angola centralizou as atenções das autoridades e membros da sociedade civil na sequência de incidentes de 30 de janeiro, que as autoridades consideraram como “ato de rebelião” e outros descrevem como “manifestação pacífica“.
Cidadãos locais e outros elementos da sociedade angolana lamentam a “débil” condição socioeconómica, com reflexos negativos nas famílias, daquela região rica em recursos mineiros, facto que tem motivado “reivindicações por melhores condições de vida”.
Segundo a polícia angolana, cerca de 300 pessoas ligadas ao Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), que há anos defende a autonomia da região, tentaram invadir, na madrugada de 30 de janeiro, uma esquadra policial de Cafunfo, e em defesa, as forças de ordem e segurança atingiram mortalmente seis pessoas.
A versão policial é contrariada pelos dirigentes do MPPLT, partidos políticos na oposição e sociedade civil local que falam em mais de uma dezena de mortos numa tentativa de manifestação.