O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, afirmou,ontem, em Luanda, que a organização política que dirige aguarda a oficialização do Bloco Democrático sobre a saída da coligação eleitoral.
Em declarações ao Jornal de Angola, Manuel Fernandes adiantou que a iminente saída do Bloco Democrático (BD) da coligação eleitoral não vai provocar ressentimentos. O BD e a CASA-CE serão “parceiros políticos”, que “vão pleitear nas urnas”, disse.O líder da CASA-CE esclareceu que a intenção do BD de abdicar da permanência na coligação emana de um órgão deliberativo daquele partido.
A CASA-CE, declarou, nada mais fará, a não ser respeitar a decisão. “O que aconteceu até agora foi apenas a suspensão do exercício da função da vice-presidência; porém, o BD continua membro da CASA-CE, com todos os direitos”, afirmou, ao referir-se à sanção aplicada ao partido, devido à sua adesão à “Frente Ampla”, projecto de coligação proposto pela UNITA. Segundo Manuel Fernandes, a decisão da nova liderança do BD era a saída da CASA-CE, que passa pela efectivação daquilo que já se vinha cogitando há algum tempo.
“Esta candidatura (de Filomeno Vieira Lopes) sempre esteve a engendrar uma forma diferente da participação do Bloco Democrático nas próximas eleições daquela que foi em 2017 e daquilo que é o ponto de vista da actual liderança da CASA-CE”, enfatizou.O novo presidente do BD, Filomeno Vieira Lopes, assegurou, recentemente, que o partido vai cumprir os acordos assinados com a CASA-CE, até ao final ao fim da actual legislatura, para depois integrar um novo projecto político.
“O Bloco Democrático quer trabalhar de forma mais ampla com outros partidos políticos que não integram a coligação, porque temos novos desafios”, disse o político, de 66 anos, depois da eleição, numa referência à Frente Ampla. Filomeno Vieira Lopes explicou que as coligações de partidos políticos são criadas para atender problemas conjunturais, afirmando que, neste momento, o BD “tem novos desafios”.
O novo presidente do BD venceu as eleições com 65 por cento dos votos, batendo Luís do Nascimento e Américo Vaz. Para Vieira Lopes, “a criação de uma frente ampla de partidos políticos, membros da sociedade civil e personalidades para enfrentar o MPLA, em 2022, deve mobilizar todos interessados em mudar o curso da História do país”.
“Nós somos pela frente ampla que integra todos que pensam que temos de mudar a actual situação do país para um projecto de democratização interessado em resolver os problemas da fome e da pobreza”, sublinhou, acrescentando que “para 2022, a meta é consolidar o projecto da frente ampla e trabalhar para que o Bloco Democrático se torne uma referência no cenário político”.
O Bloco Democrático e o político Abel Chivukuvuku são os que manifestaram, até ao momento, apoio à iniciativa da Frente Ampla, proposta pela UNITA.