A CASA-CE completa dez anos de existência. No ato de massa de celebração, Manuel Fernandes afirmou que a coligação é a “única alternativa” para a mudança do regime político em Angola e lançou farpas ao presidente da CNE.
A Convergência Ampla de Salvação de Angola – coligação Eleitoral (CASA-CE) realizou este sábado (02.04) um ato de massa, no município do Cazenga, em comemoração dos dez anos da sua fundação. O ato foi liderado pelo presidente Manuel Fernandes.
O líder da terceira força política angolana acusou o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de fugir ao diálogo com os partidos da oposição e com a sociedade civil. Sublinhou que a aceitação do resultado das eleições depende da condução do processo.
“Há emissários internacionais que vêm ao nosso país dar ideias à CNE, mas o presidente da CNE está a fugir”, denunciou Manuel Fernandes.
A CASA-CE quer ter informações sobre o processo de preparação das eleições gerais previstas para agosto deste ano. Para isso, a coligação solicitou uma audiência ao presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva, mas o pedido foi negado.
“Pedimos audiência ao presidente da Comissão Nacional Eleitoral para saber de algumas coisas do processo que não estão bem, mas não quer nos receber. Está a fugir ao diálogo. Isso não é bom e não é construtivo. Isso não garante a estabilidade e eficácia”, lamenta Fernandes.
Concertação e diálogo
No âmbito do diálogo institucional, Manuel Fernandes considerou positiva a audiência que o Presidente da República, João Lourenço, concedeu aos presidentes da UNITA e da FNLA esta sexta-feira, 01 de abril.
O político afirma que o clima tenso que se vive no país deve ser normalizado com diálogo.
“Deve ser assim. Devemos construir a Nação na base da concertação e na base do diálogo. Isto é que vai garantir a estabilidade. A estabilidade é uma planta que deve ser regada por todos os atores através de diálogo sério, amplo e abrangente”, rematou.
Problemas internos ultrapassados
A CASA-CE foi fundada a 3 de abril de 2012 e completa assim, neste domingo, dez anos de existência. Desde a sua fundação, a coligação já teve três presidentes: Abel Chivukuvuku, André Mendes de Carvalho e o atual, Manuel Fernandes.
O líder da coligação garante que estão ultrapassados todos os problemas internos estando o foco apontado para a vitória eleitoral em agosto deste ano. Manuel Fernandes afirma que a CASA-CE é a “única alternativa” para a mudança do regime político em Angola por não ter um passado negativo.
“Não temos o nome sujo de gatuno. Não temos as mãos sujas manchadas de sangue. Nunca roubámos ninguém e nunca matámos ninguém. Somos os donos do nosso destino”.
O líder da coligação apela aos angolanos a trabalharem para a alternância política.
“Os maus governos são mantidos no poder pelos bons cidadãos que não votam. Por isso, todos devemos atualizar o registo eleitoral para que, em agosto, exerçamos o direito de cidadania e possamos escolher quem nos deve governar”.
Por seu turno, o deputado Makuta Nkondo, cabo eleitoral da CASA-CE, diz que a disputa eleitoral será “renhida”.
“Não se atrapalhem com o que estão a ver, porque o MPLA e a UNITA reuniram uma multidão. Preparem-se porque a campanha eleitoral vai ser renhida. É como o campeonato mundial de futebol. Ainda não se sabe quem será o Messi, Cristiano Ronaldo ou Mbappe”, disse o político angolano.