CASO CABINDA E A PAZ
Segundo o estatuto geo-político e administrativo, Cabinda é a província mais ao norte de Angola. Porém, existem as questões próprias de Cabinda, como a especificidade geográfica, a situação de insularidade e aspirações independentistas e autonomistas. Neste contexto marcado pelas incertezas, emerge a necessidade de criação de uma plataforma una e única para dialogar com o Estado Angolano, onde possa congregar todos os movimentos sociais e políticos de Cabinda.
Todavia, nenhuma força política deve se rogar de ser a única digna e idónea para negociar ou servir de interlocutora no caso Cabinda, tanto os antigos como os novos movimentos, têm o mesmo direito de representar o povo Cabindês diante do governo angolano. Pois essa arrogância dos antigos movimentos independentistas tem fomentado o tribalismo e separação entre os movimentos comprometidos com a causa. Se o ideal, que é a união entre todos os movimentos de Cabinda não se consumar, por existir mais motivos de separação do que de unidade, então a única alternativa é a de cada movimento implementar a sua política de luta, que deve assentar no diálogo permanente, com avanços e recuos, exigências e cedências.
“Não deve existir brutalidade e violência militar gratuita no território de Cabinda, tanto dum lado como do outro, deve se poupar as vidas humanas. O Estado angolano sendo Democrático e de direito, onde se respeita as liberdades e garantias dos cidadãos, é necessário se fazer vincar este princípio Constitucional em todo território Cabindês”.
A efectivação da paz militar e social em Cabinda depende(rá) da capacidade que o governo e os movimentos interlocutores de Cabinda têm(rão) de dialogar. Por outro lado o governo angolano deve efectivar as políticas de desenvolvimento local, Proporcionando melhores condições de vida às populações, fomentando o emprego e formação profissional aos jovens, baixando o custo de vida e reduzindo a precariedade sanitária e etc.
Att: Embora não seja apologista a separação territorial, pois sou mais pela indivisibilidade do Estado Angolano, ainda assim penso que cada povo tem o direito de sonhar e lutar por tudo que acredita.
Lucrécio Filipe Daniel
Economista, Analista Político, Escritor, Consultor Económico.