Poucos dias apos o Presidente da República ter autorizado a privatização, por via de Oferta Publica Inicial (OPI) na Bolsa de Valores, da participação social que o Estado detém no Banco Africano de Investimentos (BAI), reaparece no espaço público o debate sobre como a Sonangol, que fundou o banco, viu reduzida a sua participação.
Actualmente, o Estado está na estrutura societária do banco com 10% das acções, sendo 8,5% pela Sonangol e 1,5% da Endiama.
Considerando estarem reunidas as condições para a venda por via de uma OPI, o PR delegou competências a ministra das Finanças, com faculdade de subdelegar, para verificação da validade e legalidade de todos os actos subsequentes no âmbito do procedimento, designadamente a contratação de serviços de intermediação financeira, através do despacho presidencial 201/21.
O jornalista Carlos Rosado de Carvalho, “exigiu, essa manhã, no seu espaço radiofónico, explicações sobre o processo que levou a Sonangol a perder a sua participação inicial no banco, criado a 13 de Novembro de 1996”.
Para ele, é fundamental que antes da venda em bolsa, esse processo esteja esclarecido.
Em Agosto do corrente ano, a Assembleia Geral do banco transformou a instituição em sociedade aberta para a sua venda em bolsa, fruto de uma imposição do governo, referiu o analista, acrescentando que caiu o direito de preferência dos outros sócios, antes previsto nos estatutos.
O jornalista, disse que alguns dos accionistas do banco são PEPs que se escondem atrás de empresas.
Em 2016, o jornalista Rafael Marques, sobre o BAI, “escreveu que a sua estrutura accionista era dominada por pessoas ligadas em determinada altura à Sonangol: Manuel Vicente, José Carlos Paiva, José Massano, actualmente governador do Banco Nacional de Angola e conhecido por ter construído uma mansão multimilionária na Quinta Patiño, em Cascais, avaliada em mais de 3,5 milhões de euros”.