A consultora NKC African Economics estimou hoje que a inflação em Angola deverá aumentar de 22,2%, no ano passado, para 22,6% este ano devido à depreciação da moeda e à crise económica no país.
“Antecipamos que a taxa média de inflação aumente ligeiramente de 22,2% em 2020 para 22,6% este ano, antes de abrandar significativamente para 14,6% em 2022”, escrevem os analistas desta filial africana da consultora britânica Oxford Economics.
Num comentário à divulgação dos dados pelo Instituto Nacional de Estatística de Angola, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas preveem que o Banco Nacional de Angola não baixe a taxa de juro principal até ao próximo ano e alertam para uma nova desvalorização do kwanza durante este ano.
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“Apesar das condições económicas deprimidas, a inflação subiu de 17,9% em 2019 para 22,2% este ano, principalmente devido à queda dos preços do petróleo no ano passado e à liberalização cambial em 2019, que fez com que o kwanza tenha perdido quase 26% do seu valor em 2020”, escrevem os analistas, notando que no princípio de janeiro o kwanza caiu para o valor mais baixo, sendo precisos 652 kwanzas para comprara um dólar.
“A moeda local continua vulnerável a mudanças no sentimento global e espera-se que continue a depreciar-se este ano, embora num ritmo mais lento que em 2020, para mais de 15%”, alertam.
Esta depreciação, concluem, “vai colocar pressão adicional nos preços, devido à forte dependência de Angola dos bens importados”.
De acordo com o instituto de estatísticas de Angola, a inflação em dezembro subiu para o valor mais alto desde outubro de 2017, com o índice de preços do consumidor a registar um aumento de 25,1% no último mês de 2020 face ao período homólogo de 2019.