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Angola: “Crise interna” na Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) entra num novo capítulo?

Eleição de Nimi Ya Nsimbi como presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) abre novos capítulos no conflito interno do partido. Pedro Dala, eleito noutro congresso em agosto, diz-se o legítimo líder.

No intervalo de um mês, os militantes do partido fundado pelo nacionalista Holden Roberto realizaram dois congressos e elegeram dois presidentes.

O primeiro elegeu o antigo secretário-geral da FNLA, Pedro Mocombe Dala, durante a gestão de Lucas Ngonda, ainda na primeira quinzena de agosto. O segundo teve início esta semana e escolheu, entre cinco candidatos, Nimi Ya Nsimbi, antigo deputado e vice-presidente na gestão do antigo presidente do partido Ngola Kabango.

“Temos ainda resultados provisórios. Mas estes resultados não terão diferenças abismais. Aquilo que temos apontam realmente Nimi Ya Nsimbi como presidente. Aqui em Luanda, ele teve 258 votos contra 242 de Lucas Ngonda, 124 do Dr. Fernando Pedro Gomes. O Dr. Carlitos Roberto esteve em quarto lugar, com 68 votos e, em último, ficou Tristão Ernesto, com 51 votos”, afirmou o porta-voz do V Congresso Ordinário, Ndonda Nzinga, em declarações à Rádio Nacional de Angola.

À DW África, Pedro Mocombe Dala, eleito presidente da FNLA em agosto, considera ilegal o congresso que ditou a derrota de Lucas Ngonda, tido como mentor do conflito interno na histórica FNLA.

“Este congresso que eles realizaram é ilegal perante o quadro estatutário e perante o Tribunal Constitucional. O Ngonda foi esperto e não inteligente. Não quis morrer sozinho, porque tinha um pendente no Tribunal Constitucional e teve que arrastar os outros”, disse.

“Agora, ele mesmo, como não podia concorrer à sua sucessão devido a esta [situação] particular que tem no Tribunal Constitucional, arranjou um grupinho para fazer um congresso à margem dos estatutos”, acrescentou.

Pedro Dala não reconhece nova direção 

Pedro Dala, que também foi o coordenador do “pacto de unidade e reconciliação” dos militantes da FNLA desavindos há mais de 20 anos, diz estar aberto ao diálogo, mas não reconhece a nova direção de Nimi Ya Nsimbi.

“Brevemente teremos uma reunião dos quadros do partido onde vai vincar este formalismo. É uma coisa muito séria que vai congregar os quadros do partido, aqueles desavindos e aqueles que estão connosco para todos marcharmos juntos”, frisou.

“O líder do partido chama-se Pedro Dala, cujos processos estão no Tribunal Constitucional a seguir os trâmites para aferição”, defendeu.

Congresso válido?

Já Ndonda Nzinga acredita que o congresso válido para os militantes é o que elegeu Nimi Ya Nsimbi.

“O Pedro Dala autoexcluiu-se desnecessariamente. Lançámos o apelo várias vezes, porque ele é parte integrante e tem o estatuto de delegado nato. Tinha que vir à vontade para este congresso. Alguns parceiros dele estão aqui”, salientou.

A Lucas Ngonda, de 81 anos, os militantes atribuem um estatuto especial, caso continue na política ativa. Ngonda é o único entre os candidatos derrotados que ainda não felicitou o vencedor.

O presidente cessante desvalorizou os resultados provisórios ao responder a uma pergunta da TV Zimbo. “Que resultados? Ainda não sei, porque ainda não foram anunciados. Estamos à espera que os resultados sejam anunciados para podermos pronunciar-nos”, adiantou.

 

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