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Angola/Cuando Cubango: Militantes da UNITA queixam-se de “intimidações e ameaças de morte”

Militantes do maior partido da oposição, a UNITA, no Cuando Cubango, no sul de Angola, apontam o dedo ao MPLA ao denunciarem tentativas de intimidação e ameaças de morte. Partido no poder nega acusações.

As ameaças e intimidações terão começado em setembro, quando muitos militantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) partilharam nas redes sociais uma lista, alegadamente elaborada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), em que constavam os seus nomes e dos seus familiares e amigos. A lista de supostos “alvos a abater” incluía o presidente do Galo Negro, Adalberto Costa Júnior, e o general Abílio Kamalata Numa, entre outros.

Seis dos militantes nomeados são da província do Cuando Cubango. Eduardo Maculusso é um deles. Quando se deparou com a lista contendo entre os nomes o da sua mãe, ficou surpreendido, mas o jovem político a trabalhar atualmente em Benguela garante que o partido não se deixa intimidar.

“Eu escandalizei-me mais uma vez, hoje, em pelo século XXI e em 2022, ao ver este tipo de atitudes a serem praticadas pelo partido no poder querendo intimidar mais uma vez com ato de intolerância o seu adversário e praticamente aqueles que pensam diferente, mostrando que não conseguem viver na diferença e no ambiente de paz”, lamenta.

“Nós estamos firmes, tranquilos, calmos e serenos. Não nos poderemos abalar com estas ameaças e para continuarmos a luta em prol de uma [democracia] melhor e igual para todos”, frisou.

Dedos apontados ao MPLA

Em visita à província do Cuando Cubango para participar na 2ª Reunião Ordinária do Comité Provincial da UNITA, Clarice Caputo confirmou a existência de uma lista que a UNITA tem vindo a tratar ao nível central. A secretária nacional para a Igualdade de género, Família e Ação social do governo sombra apontou o dedo ao MPLA.

“Uma atitude destas que obviamente vem dos setores afetos da MPLA demostra que o MPLA não está satisfeito com a calminha que o país tenta estabelecer… Tenta, porque nós não temos uma paz plena, não temos uma paz completa”, considera.

“Não devíamos deixar que o MPLA nos divida com argumentos que não têm cabimento absolutamente nenhum. Somos todos filhos da mesma pátria e por isso mesmo merecemos ter direito iguais. Desejar a morte aos outros não é bom. O próprio Governo, o próprio Executivo está a dar um mau sinal, não só ao país mas também à comunidade internacional”, comenta ainda.

O maior partido da oposição, segundo Clarice Caputo, já tomou medidas para esclarecer o incidente: “O primeiro passo foi dirigir-se às instâncias policiais para que eles tomem conhecimento do que se estava a passar e abrir uma queixa-crime, abrir um processo e solicitar às instâncias que possam investigar. Esperamos que esta investigação dê em alguma coisa”, sublinhou.

MPLA nega acusações

Contactado pela DW África, o porta-voz do MPLA Rui Falcão recusou gravar entrevista, mas disse que o seu partido desconhece o assunto.

O responsável garantiu que o MPLA “é um partido democrático a sério e não vive nessa mediocridade”.

Segundo Rui Falcão, “quem sempre teve esse comportamento e executava com pompa e circunstância é conhecido”.

 

 

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