José Maria Ferraz dos Santos, conhecido político do MPLA, deputado à Assembleia Nacional e antigo governador da província do Cuanza – Norte, foi o convidado na associação “Movangola”, para dissertar sobre o tema “o Resgate dos Valores Morais e Cívicos, a Preservação do Património Público e o Respeito aos Órgãos de Soberania”.
Durante a sua dissertação, José Maria falou da falta de ética e civismo, ressaltando que «muitos cidadãos usando dos cargos que exercem desviam os recursos financeiros destinados à resolução dos problemas dos cidadãos em benefício próprio».
Segundo o prelector, «a educação não pode e nem deve ser confundida com instrução ou formação académica»; para ele, «existem em todas as sociedades indivíduos com instrução e formação de alto nível, mas que não reúnem, em si, princípios e valores éticos e morais», o que considera gravíssimo para a gestão pública e política das suas sociedades.
«E por essa razão e por outras que nos nossos dias e em muitas paragens, cidadãos investidos de responsabilidades no desempenho de altas funções públicas, têm comportamentos inaceitáveis. Muitos cidadãos com responsabilidades assumem compromissos e não honram com a palavra dada. Outros, ao invés de se dedicarem ao trabalho sob sua responsabilidade, perdem mais tempo em engendrar intrigas e calúnias para prejudicar este ou aquele e evitar a progressão dos outros, usando subjectivamente as suas influências, ou porque estão mais próximo de quem decide», disse José Maria Ferraz dos Santos.
O político declarou que muitos dirigentes, usando dos cargos que exercem, desviam os recursos financeiros destinados à resolução dos problemas dos cidadãos em benefício próprio.
José Maria dos Santos é de opinião que a falta de ética, de postura cívica e profissional que se observa em muitos funcionários e responsáveis na função pública faz com que os mesmos passem mais tempo ao telefone em conversas particulares, ao invés de se dedicarem ao trabalho.
O prelector sublinhou que em muitos serviços da administração pública, os seus agentes funcionam e comportam-se como se estivessem a fazer favor aos cidadãos, em vez de se sentirem a cumprir uma obrigação funcional ao abrigo das suas responsabilidades administrativas. Uma situação quase generalizada e que se agrava quanto mais jovens são referidos funcionários públicos.