A taxa de desemprego foi de 34% ao passo que a taxa de emprego se situou nos 59,7%. O desemprego foi maior nos jovens dos 15-24 anos, com 56,4%.
O País registou pela primeira vez mais de 5,2 milhões de pessoas desempregadas no terceiro trimestre de 2020, segundo dados do Inquérito ao Emprego em Angola do Instituto Nacional de Estatística (INE) recentemente divulgado.
Neste período a taxa de desemprego se fixou em 34% superior em 1,3 pontos percentuais (pp) em relação ao trimestre anterior e 3,9pp relativamente ao período homólogo.
O número de desempregados em Angola furou pela primeira vez a barreira dos cinco milhões no terceiro trimestre de 2020 ao situar-se em 5 208 645 correspondente a uma taxa de desemprego de 34%, revelou na passada sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística. Os indivíduos desempregados aumentaram quase 1 milhão (937 540) em termos homólogos e cerca de 500 mil em cadeia. Já a taxa de desemprego subiu 3,9 pontos percentuais no ano e 1,3 pp no trimestre.
Depois de ter passado praticamente incólume ao início da COVID-19 no segundo trimestre (see Angola Briefing, 18 August 2020), o desemprego disparou entre Julho e Setembro de 2020 fustigando particularmente a população jovem entre os 15 e os 25 anos. Nesta faixa etária foram registados 2 909 139 desempregados, mais de metade do número de desempregados do País, correspondentes a uma taxa de desemprego de 56,4%. No terceiro trimestre havia mais 434 172 jovens desempregados do que há um ano e mais 622 060 do que último trimestre. Já a taxa de desemprego jovem aumentou 2,2 pp face ao trimestre homólogo e 5,6 pp comparada com o trimestre anterior.
Paradoxalmente, o disparo do desemprego foi acompanhado por um aumento do desemprego. No terceiro trimestre de 2020, a população empregada em Angola ascendia a 10 112 899, um aumento de 181 351 em termos homólogos e de 361 442 em cadeia. Embora haja mais empregos, a sua qualidade continua a deteriorar-se. Dos 10,1 milhões de empregos existentes em Angola, 8 milhões são empregos informais sem contrato escrito, sem férias pagas, sem seguro de saúde e sem segurança social.
O elevado nível de desemprego e a baixa qualidade do emprego em Angola não deverão alterar-se nos próximos anos já que as previsões do IMF até 2025 apontam para crescimento médio de cerca de três por cento, quando no último ano a população em idade activa aumentou cerca de 4%. Uma situação que deverá agravar a instabilidade social que já se faz sentir sobretudo entre os jovens urbanos, os mais fustigados pelo desemprego.
Texto do Mercado