Uma forte corrente de preocupações tem sido motivo de debates e leituras diversas que apontam para um cenário que pode levar o país a uma crise bastante séria que pode ser altamente destrutiva. O surgimento do discurso radical e a captura de alguns sectores da sociedade civil pelo Governo estão a preocupar os angolanos.
Em causa está a postura bipolar assumida pelos partidos políticos e líderes religiosos, jornalistas e membros da sociedade civil, que atira ainda mais “gasolina ao fogo”.
Alguns analistas políticos em Luanda admitem que o pais vive uma profunda crise moral por falta de diálogo entre as principais elites políticas, facto que está a transformar a sociedade civil numa estrutura refém dos objectivos delas.
Nesta perspectiva, sustenta-se alguns círculos, Angola está a regressar, outra vez, a um clima de instabilidade permanente, com uma forte cumplicidade de jornalistas, fazedores de opinião, religiosos, pois tudo quanto fazem é apoiar uns e outros.
Para o efeito, “analistas políticos defendem uma liderança na sociedade civil capaz de galvanizar processos independentes dos políticos e acima dos interesses pessoais, partidários, latentes ou manifestos, mas direccionados à construção da nação angolana”.
Nesta edição de Janela de Angola, temos como convidados o padre Celestino Epalanga, o activista cívico Monokwama Mpiassa e o jurista e coordenador da Plataforma Juvenil para Cidadania, Walter Ferreira.