A violência tomou conta do meio urbano em Angola e apenas em Luanda e Bengo mais de 60 estabelecimentos pertencentes à Igreja Católica foram vandalizados por marginaisnos últimos meses. Presidente da Conferência Episcopal dos Bispos de Angola e São Tomé denuncia criminalidade e diz não se poder confiar na polícia.
A denuncia é do presidente da Conferência Episcopal dos Bispos de Angola e São Tomé (CEAST) quem pediu medidas para conter a violência e apelou aos poderes políticos ao equilíbrio, moderação e sabedoria na condução e organização da vida pública.
D. Filomeno Vieira Dias, também arcebispo metropolitano de Luanda, fez estas declarações na abertura da II Assembleia Ordinária da organização, que decorre em Luanda desde quarta-feira, 6, e vai culminar com a eleição da nova direcção do Conselho Permanente para os anos de 2021 a 2023.
“Este momento político precisa de equilíbrio, moderação e sabedoria na condução e organização da vida pública. O que pedimos aos políticos é que se contentem em mudar o mundo sem começar por mudar a verdade”, afirmou Vieira Dias depois de fazer um diagnóstico das dificuldades do país.
No capítulo da criminalidade, ele considerou de assustadora a situação em Angola.
“A insegurança nos principais centros urbanos atingiu os níveis mais altos. Uma das consequências deste facto é, justamente, o facto da Polícia ser, neste momento, uma das instituições de menos confiança e aprovação dos cidadãos”, afirmou o presidente da CEAST, quem lamentou não saber em quem confiar.
“Daí a esperança de vermos a nossa Polícia a recuperar a sua incorruptível e sublime missão, para o bem de toda a sociedade”, frisou.
D. Filomeno Vieira Dias destacou ainda que além das pessoas, são também atingidos bens públicos, e reprovou a vandalização de escolas, equipamentos sociais e habitacionais em construção, redes elétricas e de saneamento e de canalização.
