Líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, volta a exigir recontagem dos votos das eleições gerais de 24 de agosto com a presença de observadores externos. Pondera também recorrer a tribunais internacionais.
O candidato da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) à Presidência da República, Adalberto Costa Júnior, voltou a exigir a comparação das atas eleitorais na posse do seu partido com as da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
Costa Júnior diz que as quintas eleições gerais no país “decorreram num clima de desorganização geral”, repleto de “ilegalidades”. Por isso, exige a recontagem dos votos com a presença de observadores internacionais.
“A UNITA solicita a constituição de uma comissão multidisciplinar, composta pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), membros dos partidos políticos concorrentes e membros da sociedade civil, na presença de observadores nacionais e internacionais. É convicção da UNITA que os cidadãos de todos os grupos sociais, no país e na diáspora, votaram decididamente na alternância”, afirmou o líder da UNITA esta segunda-feira (05.09) em declarações aos jornalistas, em Luanda.
214 mil votos “subtraídos” à UNITA em Luanda
Segundo Costa Júnior, é necessária uma “inspeção judicial a todas as atas em posse da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e dos partidos políticos”, para confirmar a sua autenticidade. Além disso, será preciso anular “a votação nas mesas de voto onde se tenha observado irregularidades substantivas que adulterem o resultado geral.”
Baseando-se em dados da contagem paralela do partido, Adalberto Costa Júnior disse que, só na província de Luanda, foi observada uma discrepância de mais de 214.679 votos “subtraídos” à UNITA em comparação com os números apresentados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
Ao todo, 347 mil terão sido subtraídos ao maior partido da oposição, alterando os resultados finais.
A UNITA insiste que ganhou as eleições gerais de 24 de agosto, contrariamente aos resultados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que anunciou a vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com 51,17% dos votos, contra 43,95% da UNITA.
O partido disse ter apresentado reclamações junto do Tribunal Supremo, Tribunal Constitucional, Procuradoria-Geral da República e Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
“Uma vez esgotado o Direito angolano, [a UNITA] reserva-se o direito de recorrer aos tribunais internacionais. A providência cautelar remetida ao Tribunal Constitucional de acordo com a lei suspende os resultados declarados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) até que o contencioso seja superado, pelo que reafirmamos a necessidade de mantermos todos a serenidade”, concluiu Costa Júnior.