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Angola: Estado quer recuperar cerca de “50 mil milhões de dólares” desviados do erário público até 2027

O Estado angolano estima recuperar, nos próximos cinco anos, cerca de 50 mil milhões de dólares (46,6 mil milhões de euros) retirados ilicitamente do erário público, informou hoje a diretora do Serviço Nacional de Recuperação de Capitais (SENRA).

Eduarda Rodrigues adiantou que desde o início da luta contra a corrupção em Angola foram efetivamente recuperados 5,2 mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros), parte em dinheiro e parte em património.

No âmbito de processos criminais, foram apreendidos 12,9 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros), enquanto no exterior do país estão apreendidos 6,1 mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros), disse a responsável, que falava na sétima edição do Café Cipra sobre o “Combate à Corrupção e a Recuperação de Ativos”, em que foram também oradores o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, e o inspetor-geral da Administração do Estado, Sebastião Gunza.

“Em Angola, a nível de apreendidos, temos bens no valor de 6,7 mil milhões de dólares [6,2 mil milhões de euros], estes são os valores efetivos”, frisou.

A diretora do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos salientou que, de acordo com as investigações em curso, saíram ilicitamente do país 150 mil milhões de dólares (142 mil milhões de euros) entre 2003 e 2017.

Eduarda Rodrigues realçou que dados da União Africana indicam que anualmente saem do continente de forma ilícita mais de 50 mil milhões de dólares (46,6 mil milhões de euros).

“Para quem tem alguma dúvida de que efetivamente possam ter saído 150 mil milhões de dólares é só olhar para esse dado e estamos a falar de um período, do início dos anos 2000 até 2017, portanto, isto é uma luta, não se recupera de um dia para o outro, é através de cooperação internacional”, destacou.

De acordo com a responsável, todos os bens recuperados até à data foram no âmbito de entregas voluntárias, enquanto a nível dos processos judiciais o Estado “continua a correr”.

“Temos bens apreendidos e estamos na luta”, disse.

 

 

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