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Angola: Ex-director da Record TV África em Angola indiciado de crimes de “branqueamento de capitais” e “associação criminosa”

O ex-director da Record TV Africa, Fernando Henrique Teixeira, pode vir a ser julgado nos próximos tempos por crimes de branqueamento de capitais e associação criminosa, no âmbito de um processo-crime, aberto pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), que envolve outros três membros da ala brasileira da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), incluindo o ex-representante máximo, Honorilton da Costa, todos indiciados nos mesmos crimes.

De nacionalidade brasileira, Fernando Henrique Teixeira dirigiu a estação televisiva durante 10 anos e foi recentemente substituído do cargo pelo jornalista angolano Simeão Mundula, que, desde 2018, assumia as funções de chefe de Redacção e apresentador do programa JR Africa, exibido pela Record TV África e pela Record News Internacional.

A substituição surgiu depois que o Governo angolano suspendeu as emissões da Record TV África, ligada à IURD, por alegado incumprimento dos requisitos legais para operar no país.

O analista social Rafael Morais admite que possa haver alguma relação entre o encerramento da estação televisiva brasileira e o processo-crime contra os principais responsáveis da IURD.

“A Record TV África está em Angola há muitos anos e ajudou muito o Governo angolano. Porquê, só agora, o seu encerramento?”, questiona Morais, no entanto.

A Record TV África notabilizou-se pelo seu alinhamento com a ala brasileira da IURD na cruzada contra o Estado angolano, a quem chegou a acusar de xenofobia, na sequência do encerramento, confisco e apreensão dos seus bens em Angola.

Uma nota do SIC enviada às redacções deu a conhecer que o processo-crime está em Tribunal desde o dia 5 deste mês para “ulteriores termos processuais” e reúne cinco volumes com 13 anexos.

Outros indiciados, igualmente com o estatuto de “réus não presos”, são o bispo António Pedro Correia da Silva e o pastor Valdir de Sousa dos Santos.

De acordo com o documento, a instrução preparatória dos autos decorreu dentro do prazo previsto por lei e, depois de concluída, o processo foi remetido ao Ministério Público junto do Serviço de Investigação Criminal.

A SIC refere que o processo resulta das denúncias subscritas por mais de 300 membros da IURD, incluindo bispos e pastores, recebidas a 3 de Dezembro de 2019, que deram origem à abertura de um processo-crime, tendo sido agora deduzida acusação contra os quatro arguidos.

Por agora não há qualquer reacção da defesa dos acusados.

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