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Angola: Executivo angolano começa sexta-feira a “combater praga de gafanhotos” que atinge duas províncias

O Governo angolano criou uma comissão multissetorial para combater a praga de gafanhotos que atinge as províncias de Cuando Cubango e Cunene e ameaçam a segurança alimentar da população daquelas regiões

Segundo o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, João Cunha, citado pela agência noticiosa angolana, Angop, que chegou segunda-feira a Menongue, capital do Cuando Cubango, a intervenção com meios aéreos e inseticidas nessas regiões vai acontecer em breve.

Na província do Cuando Cubando, os municípios do Rivungo, Cuangar, Mavinga e Dirico sofrem há mais de seis meses com pragas frequentes de gafanhotos, enquanto no Cunene os insetos surgiram na semana passada.

No Cunene, os municípios mais afetados são Namacunde, Cuanhama e Ombandja, tendo os gafanhotos destruído nesta última região mais de 30 lavras.

Sobre o assunto, o ministro da Agricultura e Pescas, António de Assis, disse na segunda-feira que o combate à praga de gafanhotos terá início sexta-feira.

“Medidas estão a ser executadas no sentido de controlar a situação da praga, nós já temos equipas no terreno a trabalhar no controlo da praga. Estamos também neste momento a reforçar as posições no Cuando Cubango e em relação ao Cunene a notificação é a partir de sexta-feira e nós já temos também equipas a trabalhar neste sentido”, referiu.

O governante angolano frisou que antes da intervenção são necessários estudos para preservar os outros seres vivos, nomeadamente a proteção de pássaros, gado e o próprio homem.

De acordo com Francisco de Assis, o combate deve ser em bloco, por isso foram criadas equipas de vigilância, tendo em conta que deixam ovos, que se não forem controlados pode originar o retorno da praga.

“Estamos a reforçar a capacidade dos meios técnicos, nomeadamente os inseticidas, os pulverizadores, os nebulizadores, atomizadores, porque é preciso se esclarecer uma espécie de mito que se criou, [de] que problemas destes gafanhotos se resolvem com pulverização aérea, não é verdade. É preciso estudar e verificar as posições como ele se comporta no nosso território”, salientou.

António de Assis sublinhou que o combate à praga como se apresentou em Ondjiva, capital do Cunene, não pode ser efetuada com meios aéreos.

“Ela está no chão em Ondjiva, não é possível utilizar esses inseticidas, que são fortes, e lançar no ar de qualquer maneira. Nós, Ministério da Agricultura, estamos a receber da Força Aérea, das Forças Armadas, um apoio incondicional, que está a permitir desenvolver todas as ações que nós já estamos a desenvolver no terreno. Portanto, o Governo não está parado, está atento ao assunto e todas as medidas serão tomadas para mitigarmos os efeitos desta praga no nosso país”, disse.

A referida comissão é coordenada pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, e pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, e integra os ministros do Interior, da Administração do Território e Reforma do Estado, Agricultura e Pescas, Cultura, Turismo e Ambiente e as Forças Armadas Angolanas (FAA).

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