Voluntários impedidos de doar sangue por não haver testes contra a Covid-19
A hemoterapia do Hospital de Malanje com a falta de sangue em stocks desde Setembro enfrenta uma situação precária que já causou a morte de dois pacientes.
E agora sabe-se que voluntários foram impedidos de doar sangue por não terem sido testados contra a Covid-19
O chefe daquela secção António Cassenda Cândido descreveu a situação de “muito crítica”.
“Já tivemos óbitos por falta de sangue, um no banco de urgência de medicina e outro que foi no banco de urgência de cirurgia que necessitava na devida altura de três unidades de sangue, infelizmente não conseguimos concretizar as três unidade”, disse
Por outro ladosecção de hemoterapia não conseguiu nos últimos dias atender um grupo de dadores voluntários da JMPLA, organização juvenil adstrita ao partido governante por falta de testes rápidos na Covid-19.
“Tinham que ser submetidos à testagem dos dadores,mas acredito que o Gabinete Provincial de Saúde não tem condições de realizar testes a todos dadores que serão submetidos à doação de sangue, e até agora estamos com dificuldades”, acrescentou.
A última doação em grande escala aconteceu no mês de Agosto por ocasião das festividadesdo Banco de Fomento Angola e os pacientes que requerem sangue têm agora que recorrer a doações de familiares.
José Lourenço tornou-se nesta quarta-feira, 2, dador familiar parasalvar a vida de um parente próximo.
“O meu irmão sofreu um acidente, ele já esteve aqui no hospital e regressou para poder tirar o ferro que está na perna, neste caso necessitava de sangue e tive que doar”, confirmou.
Nem sempre o sangue do familiar é compatível, como foi o caso da senhora Isabel Clemente que tem o marido internado no banco de urgência do Hospital Regional de Malanje depois de iniciar o tratamento numa unidade de saúde privada.
“Chego aqui disseramque háfalta de sangue fui procurar um jovem para doar sangue o peso era pouco, trouxe o meu irmão o grupo não é compatível ao do doente, procurei outra pessoa é compatível e é este que estão a tirar sangue”, disse.
Alguns equipamentos usados na hemoterapia correm o risco de caducar nos próximos tempos por falta de dadores.