O presidente do Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT), que promoveu uma manifestação em Cafunfo, no sábado, afirmou que pelo menos 15 pessoas morreram na repressão do evento, incluindo o filho de um secretário regional da organização.
Em declarações à agência Lusa, José Mateus Zecamutchima referiu que este número de mortos não é o definitivo, uma vez que ainda há muitos desaparecidos e foragidos, nomeadamente pessoas que fugiram para as matas.
As autoridades policiais alegam que mataram seis manifestantes que tentaram invadir uma esquadra no Cafunfo, enquanto o MPPLT contraria essa versão, acusando as forças angolanas de terem disparado indiscriminadamente contra cidadãos desarmados.
José Mateus Zecamutchima acrescentou que um dos mortos é filho do secretário regional do movimento.
Em relação aos detidos, e segundo o presidente do MPPLT, o número continua incerto, mas estes já não estarão no Cafunfo, pois terão sido enviados para o Dundo.
Zecamutchima referiu ainda que esta manhã o Governo mandou para o Cafunfo um avião para transportar 27 doentes para o Dundo.
O Movimento Protetorado da Lunda Tchokwe luta pela autonomia da região das Lundas, no Leste-Norte de Angola.
A autonomia da região das Lundas (Lunda Norte e Lunda Sul, no leste angolano), rica em diamantes, é reivindicada por este movimento que se baseia num Acordo de Protetorado celebrado entre nativos Lunda-Tchokwe e Portugal nos anos 1885 e 1894, que daria ao território um estatuto internacionalmente reconhecido.
Portugal teria ignorado a condição do reino quando negociou a independência de Angola entre 1974/1975 apenas com os movimentos de libertação, segundo o movimento.