O Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas anunciou hoje a abertura de um inquérito para apurar um incidente, divulgado nas redes sociais, em que se vê o tenente-general Simão Carlitos Wala a repreender uma mulher
O comunicado refere que os acontecimentos registados no dia 28 de fevereiro levaram à instauração de um competente processo pelo Conselho Superior de Disciplina Militar, para apurar os factos que estiveram na base de tal situação.
Em causa está um vídeo, no qual o referido tenente-general aparece fardado, num restaurante, a repreender uma mulher, que está sentada numa mesa na companhia de outras, alegando que era seu “mais velho” e que a mesma tinha idade da sua filha e lhe devia respeito.
“Eu sou teu mais velho, não permito esse tipo de coisa, é por isso que o país está desumanizado. Eu estou a dizer ‘vem para aqui minha senhora’, você está na idade da minha filha e não me respeitaste”, diz.
Questionou ainda o facto de a jovem o ter alegadamente desrespeitado “perante um estrangeiro”, um homem branco que se encontrava no mesmo local, e realça que é “general”.
No vídeo, o tenente-general aparece rodeado de militares fardados, que tentaram impedir que as pessoas filmassem a cena, e convida a mulher a levantar-se para ir à polícia, ouvindo-se uma voz de mulher que diz “não me toque”.
De acordo com o documento, do processo instaurado “pode resultar a devida responsabilização”.
“Por entender que se trata de um assunto público, que merece o devido esclarecimento, reitera que as Forças Armadas Angolanas têm uma relação salutar com o povo de que são oriundas e vão continuar a defender os legítimos interesses da nação, incluindo o direito à justiça”, salienta o comunicado.
A nota conclui apelando à sociedade a manter a calma e não se deixar levar pela “carga informativa com tendência especulativa” das redes sociais, pois já foram tomadas as providências necessárias.
Simão Carlitos Wala, atualmente o chefe da Direção Principal de Ensino e Instrução do Estado-Maior do Exército, foi igualmente o comandante da região militar de Luanda, altura em que as Forças Armadas Angolanas anunciaram a abertura de uma investigação para o esclarecimento de um incidente durante demolições na capital angolana, que resultaram na morte a tiro de um rapaz de 14 anos.
O general é também conhecido por ter liderado no terreno as forças na operação que culminou com a morte do líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi, em 2002.