A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda-Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) pede o boicote às eleições gerais em Angola e garante que não se vai render, ao mesmo tempo que defende negociações com Luanda, sob mediação internacional. Chefe do Estados Maior General diz que não vai se render e que aceite negociar com Luanda com mediação internacional.
Depois de um longo silêncio, há notícias que indicam que as armas voltaram a soar a Cabinda, entre a FLEC-FAC e o exército angolano.
Na sequência dos confrontos em Massabi e Inhuca, o Governo de Luanda acusou o Governo de Congo Brazzaville de cumplicidade com a FLEC, facto que levou as autoridades dos dois países a um encontro no passado dia 18 em Massabi.
Em entrevista à VOA, o chefe do Estado-Maior General da FLEC-FAC, Estanislau Boma, garante que a resistência continua a lutar pela independência e aborda também a reunificação da guerrilha e a actuação dos movimentos cívicos em Cabinda que, segundo ele, devem boicotar as eleições gerais.
Boma começa por acusar o exército angolano e atacar a guerrilha.
“Nós é que somos atacados, o MPLA é que ataca”, afirma Boma.
No passado dia 18, os governos de Angola e do Congo Brazzaville reuniram-se em Massabi depois de acusações de que Brazzaville tem apoiado a FLEC, uma afirmação que o porta-voz da guerrilha responde dizendo que se assim fosse, o “MPLA não estaria em Cabinda”.
Questionado sobre a abertura da FLEC liderada por Alexandre Tati para uma reunificação com a FLEC chefiada por Emmanuel Nzita, Boma diz que é total.
“Esta unidade é imperativa e face aos imperativos do momento ela deve concretizar-se aqui no terreno… pedimos aos outros para se juntarem a nós para a defesa patriótica do nosso povo”.
Quanto a negociações com o Governo angolano, a FLEC-FAC não vê abertura da parte de Luanda.
“O Governo angolano não tem vontade política negocial, na linguagem militar sinal de barulho de botas é sinal de guerra, não de paz, uma coisa é certa e o povo de Cabinda só vai negociar com garantias internacionais, mas nunca vai negociar a sua rendição, e nunca vai se render”.
A FLEC-FAC, segundo Estanislau Boma, não tem tido contactos com os vários movimentos cívicos que têm protagonizado uma intensa actividade em Cabinda, mas, segundo o seu porta-voz, apoia esses movimentos e apela ao “boicote das eleições gerais”.
“Eleger Angola em Cabinda é eleger a opressão no nosso território”, conclui o chefe do Estado-Maior General da FLEC-FAC.