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Angola: Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) quer “cimeira regional” sobre a autonomia antes das eleições gerais

A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) exigiu hoje uma cimeira regional para analisar a realização de um referendo sobre a autodeterminação do enclave angolano de Cabinda, antes das eleições marcadas para 24 de agosto.

“A liderança político-militar da FLEC-FAC apela aos Estados-membros da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (ICGLR) para que organizem urgentemente uma cimeira regional em Kampala sobre a questão da autodeterminação de Cabinda, antes das eleições gerais de Angola, a 24 de agosto”, lê-se num comunicado assinado pelo secretário-geral da FLEC, Jacinto António Télica.

Na nota, defende-se que “esta cimeira regional terá como objetivo discutir as modalidades de organização de um referendo de autodeterminação no território de Cabinda, e para pôr fim à ocupação militar angolana”.

“A FLEC-FAC insta o Presidente Yoweri Museveni [do Uganda], o Presidente Denis Sassou-Nguesso [República do Congo] e o Presidente Paul Kagamé [do Ruanda] a agirem rapidamente sobre a questão do referendo de autodeterminação em Cabinda”, acrescenta-se no texto, que lembra que em 1976 a independência de Cabinda foi proclamada unilateralmente em Kampala, a capital do Uganda, e que em 1964 a Organização da Unidade Africana, antecessora da União Africana, classificou Cabinda como o 39.º Estado africano.

“Cabinda é a última colónia em África, o que é uma vergonha para a nossa África”, diz a Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC).

A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

No entanto, o Governo angolano recusa reconhecer uma situação de instabilidade naquela província, sublinhando sempre a unidade do território.

 

 

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