A Frente Patriótica Unida (FPU) ainda não decidiu quais serão os moldes em que vai concorrer às eleições, mas está decidido que Adalberto Costa Júnior será o candidato à Presidência e Abel Chivukuvuku à vice-presidência. Forma e modelos de candidaturas da frente da oposição serão resolvidos posteriormente mas Adalberto Costa Júnior será o candidato à Presidência de Angola.
Os líderes da UNITA, Adalberto Costa Júnior, do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, e do projecto Pra-Já Servir Angola, Abel Chivukuvuku anunciaram a formação da frente nesta semana, mas permanece por se saber como é que se vai apresentar às eleições em termos de listas eleitorais.
Filomeno Vieira Lopes entende que cada passo dado vai ter sempre em linha de conta os obstáculos impostos e que podem surgir pelo poder instituído.
Vieira Lopes diz por exemplo que da mesma forma que o Tribunal Constitucional pode inviabilizar a UNITA e seu líder, pode fazê-lo em relação ao seu próprio partido, o Bloco Democrático.
“Nós estamos num Estado de arbitrariedade tal em que tudo pode acontecer, tudo hoje depende da vontade do partido no poder”, afirma, pelo que as formas e modelos em que a FPU vai apresentar-se no pleito eleitoral poderão variar procurando ultrapassar as barreiras que surgirem durante o percurso.
“A forma será aquela mais adequada em função das restrições que nos serão impostos por um poder arbitrário”, sustenta Vieira Lopes para quem “o engenheiro Adalberto Costa Júnior como líder da Frente seria o cabeça-de-lista, também já é consensual que Abel Chivukuvuku será o candidato a vice-presidente”.
“O resto será com base em percentagens distribuídas entre a sociedade civil e individualidades de partidos políticos, mas isso são acordos para a posterior”, acrescenta
O deputado sem representação partidária que se alinha próximo ao Pra-Já de Chivukuvuku na FPU, Leonel Gomes, considera que as estruturas da UNITA poderão ser usadas nas eleições.
“Não são os lugares na lista que vão perturbar a nossa cabeça, mas é legítimo que a UNITA, sendo um ente de facto e jurídico, a sua estrutura seja usada e Adalberto Costa Júnior como cabeça-de-lista”, sublinha.
Entretanto, o jurista Pedro Kaparakata entende que a FPU é quase impossível de vingar.
“Frente, não frente, unida ou desunida só demonstra desespero dos seus integrantes que sentem que a qualquer momento podem ser engolidos”, afirma, reiterando que “esta frente é mesmo uma utopia”.