De acordo com anúncio publicado no Jornal de Angola, o empresário angolano terá de comparecer nos próximos cinco dias na sociedade estatal Recredit para tratar de “assuntos relacionados com o seu interesse”.
O empresário, político e dirigente desportivo angolano Bento Kangamba foi notificado com urgência para comparecer na Recredit, sociedade de recuperação de ativos para tratar de “assuntos relacionados com o seu interesse”, segundo um anúncio publicado no Jornal de Angola esta terça-feira (03.11).
Além da notificação do general angolano, responsável da empresa Organizações Bento K, a Recredit, uma sociedade anónima do Estado angolano que visa recuperar créditos, notifica no mesmo anúncio mais 13 responsáveis de outras tantas empresas.
Na página do Facebook, a Organizações Bento K, aparece associada ao Programa de Apoio a Juventude (PAJ), “um instrumento de materialização do Plano Executivo do Governo de Apoio à Juventude (PEGAJ), que tem como objetivo primordial a mobilização dos jovens visando a sua participação ativa e permanente no processo de Reconstrução Nacional do País”. A mesma página refere também “facilidades na aquisição de viaturas”.
A 11 de agosto de 2017, a agência de notícias angolana Angop noticiou que a Organizações Bento Kangamba (BK) estava a financiar a construção de duas escolas e um hospital no Bairro da Capanga, a cerca de 14 quilómetros da sede municipal do Amboim, na província do Cuanza-Sul. No entanto, não foi possível obter informações posteriores a essa data sobre o desenvolvimento destas obras.
Detido em fevereiro
Bento dos Santos “Kangamba”, sobrinho por afinidade do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, foi preso a 29 de fevereiro, na província do Cunene, no sul de Angola, quando alegadamente tentava fugir para a Namíbia. Foi indiciado da “prática do crime de burla por defraudação” e libertado três dias depois.
No final de junho, o Tribunal Supremo de Angola deu razão parcial a um recurso apresentado pela defesa do general Bento “Kangamba”, pedindo a revogação das medidas de coação, por entender que não tentou fugir à Justiça.
Em outubro do ano passado, o Tribunal Provincial de Luanda ordenou o confisco de bens de Bento Kangamba, por falta de pagamento de uma dívida. O empresário assumiu estar em incumprimento relativamente à dívida, mas garantiu que a irá honrar “dentro de um prazo razoável”, tendo já feito alguns pagamentos parciais.