Os administradores da massa falida do extinto Banco Angolano de Negócios e Comércios (BANC) admitiram que estão a vender geradores e viaturas em estado de deterioração para custearem as despesas com o trabalho de inventariar o património do antigo banco.
De acordo com a equipa de administradores judiciais, a estratégia encontrada foi uma forma de colocar o edifício onde se situava a antiga sede do banco do falecido general Kundi Paihama e para cobrir demais necessidades com o processo de recuperação do património daquele antigo banco.
Assim, despoletou-se um processo de vendas de bens, que incluía geradores e viaturas pertencentes ao banco e que já encontravam em estado de degradação, conforme explicou recentemente um dos gestores da massa falida do banco, Frederico Batalha.
Aliás, este gestor judicial disse mesmo que, quando a administração chegou às instalações do antigo BANC, encontrou a instituição completamente inoperacional, já que desde Fevereiro de 2019 que aquele banco está desactivado. “Para a administração (da massa falida) do banco trabalhar era preciso pôr o banco minimamente funcional. E isso não se faz de “mão beijada”. A dificuldade da administração era a falta de financiamento”, disse o responsável.
De acordo com Frederico Batalha, a administração da massa falida constituída mas não se tinha dado verbas para os custos da operação. Ou seja, nem o BNA, nem o próprio Tribunal reforçou a administração com financiamento, tendo estes optado pelo que a lei designa por venda antecipada.
Contactado pelo Expansão, Frederico Batalha garantiu mesmo que as operações de venda foram realizadas com autorização do Tribunal. “Sem a autorização do Tribunal não se venderia. Por isso que nós citámos um artigo do Código Penal que autoriza a venda antecipada. É o Tribunal que nos indicou aquele artigo do Código do Processo Civil”, salientou o jurista indicado pelo Tribunal de Luanda para integrar a equipa de recuperadores da massa do antigo BANC.