As autoridades angolanas dizem ter recuperado bens no valor de mais de 11 mil milhões de dólares que tinham sido desviados dos cofres do Estado e colocados por responsáveis ligados ao Governo do antigo Presidente José Eduardo dos Santos em vários países.
A revelação foi feita nesta quinta-feira, 10, pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos durante um seminário regional sobre o Acompanhamento Acelerado da Implementação da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, que decorre desde segunda-feira na Cidade do Cabo, África do Sul.
Francisco Queiroz disse que nos últimos três anos o Governo recuperou cerca de 11,5 mil milhões de dólares em dinheiro e bens em Angola e no mundo.
No mesmo período, foram apreendidos e/ou arrestados, no exterior do país, designadamente, na Suíça, Portugal, Singapura, Bermudas, Reino Unido, Mónaco, Luxemburgo, entre outros países, em dinheiro e bens, avaliados em 6.157 milhões de dólares.
Apesar dos avanços registados no combate à corrupção, “Francisco Queiroz referiu que Angola está consciente de que ainda tem pela frente um enorme caminho a percorrer, para vencer as barreiras e ultrapassar os traumas provocados por este mal”.
Queiroz acrescentou ainda que as autoridades instauraram 715 processos criminais por corrupção, fraude, peculato e outros crimes financeiros.
Activos foram recuperados da Grã-Bretanha, Suíça, Singapura e Bermudas, entre outros, disse ele.
Depois de assumir o cargo em 2017, o Presidente João Lourenço lançou uma acção anti-corrupção para recuperar activos que ele suspeitava terem sido desviados durante a governação do seu antecessor, José Eduardo dos Santos.