O Governo angolano captou já 919,84 mil milhões de kwanzas (1,9 mil milhões de euros) com contratos de privatização de 88 ativos e empresas, dos quais encaixou 534,97 mil milhões de kwanzas (1,1 mil milhões de euros).
Até ao final do ano, o Programa de Privatizações (Propriv) prevê concluir cerca de 44 processos, adiantou hoje à imprensa o presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar, no final de uma reunião da Comissão Nacional Interministerial responsável pela implementação do Programa de Privatizações, liderada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, em que foi apresentado o ponto de situação do Propriv.
Patrício Vilar destacou entre estes a conclusão de processos no setor financeiro, nomeadamente o Banco Caixa Geral de Angola e a Bolsa de Valores e Dívidas de Angola (Bodiva); nas telecomunicações, a TV Cabo; na indústria, a quarta fase de privatização dos ativos da Zona Económica Especial, Secil Lobito — Companhias de Cimento do Lobito e Unidades Industriais do Universo CIF; na construção, a Mota-Engil Angola, e na agroindústria, a Fazenda de Sanza Pombo e Empreendimento do Cubal — Fábrica de Farinha de Milho do Cubal.
O responsável considerou positiva a execução do Propriv, que atingiu já uma taxa de 67% relativamente ao total previsto.
Segundo Patrício Vilar, o programa foi concebido para quatro anos, dos quais “em rigor, não decorreram sequer três”.
“Porque, na verdade, iniciámos em finais de 2019. Portanto temos 2020, 2021 e alguns meses de 2019 e depois, finalmente, os meses que decorreram até agora em 2022. Considerando este facto cronológico, não há a mínima dúvida que temos uma boa taxa de execução”, frisou.
No que se refere ao valor arrecadado até à presente data, Patrício Vilar considerou-o significativo.
“Cada vez que se faz uma operação em bolsa esse valor tende a subir exponencialmente, por exemplo, só com a operação do BAI [Banco Angolano de Investimento] subiram quase 100 mil milhões de kwanzas [213,5 milhões de euros], o que significa que temos aqui ainda uma margem de produção significativa à medida que formos fazendo as operações em bolsa”, referiu.
De acordo com o PCA do IGAPE, ainda se perspetivam para este ano operações em bolsa para os casos do Banco Caixa Geral Angola, da TV Cabo e a Sonangalp, o que poderá causar eventualmente a duplicação do valor arrecadado, nos próximos tempos.
Entretanto, Patrício Vilar realçou que o valor não pode ser dissociado da natureza dos ativos e empresas que foram vendidos maioritariamente, no caso os de pequena monta.
“Agora é que começamos com maior número de empresas do primeiro campeonato. Já tínhamos começado este primeiro campeonato com as têxteis, as cervejeiras, com a Puma Energy também, e agora junta-se o BAI e juntar-se-á rapidamente as empresas que referi em bolsa, portanto, este valor tende a aumentar significativamente”, destacou.