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Angola: Guerra prolongada “adiou o país” e desafios de manter conquistas da paz “são prementes” – João Lourenço

O Presidente angolano considera que a “guerra prolongada”, após a independência, “adiou o país”, afirmando que os desafios de “manter as conquistas da paz” e de construir a unidade nacional e edificar uma nação reconciliada “são prementes”.

João Lourenço, na sua mensagem à nação, divulgada hoje por ocasião do 46.º aniversário da independência nacional, que se assinala nesta quinta-feira, refere que “a ocupação colonial foi o primeiro grande teste à capacidade de resistência dos angolanos”.

“À nossa destemida capacidade de lutar pelos nossos direitos e objetivos, à nossa inquebrantável união perante os grandes desafios e à nossa firme vontade de vencer. Unidos, lutamos e vencemos o desafio da independência”, afirmou João Lourenço.Angola celebra na quinta-feira o 46.º aniversário da independência nacional, proclamada em 11 de novembro de 1975 pelo primeiro chefe de Estado angolano, António Agostinho Neto.

Segundo o Presidente angolano, o “sonho concretizado da independência era, entretanto, um meio, para que o fim último de construir uma sociedade próspera fosse alcançado”.

“Infelizmente, a alegria aclamada pela independência nacional foi adiada logo após o seu início. O sonho proclamado a 11 de novembro de 1975 de construir uma sociedade próspera para todos foi adiado”, apontou.

“A guerra prolongada dilacerou a vida de muitos angolanos, destruiu o nosso país e impediu-nos de realizar os sonhos da nossa independência, adiou o país, comprometeu o futuro de várias gerações e atrasou a realização dos nossos anseios”, lamentou.

A conquista da paz, em 04 de abril de 2022, foi igualmente assinalada por João Lourenço, referindo: “Com o perdão sincero no rosto e na alma de cada angolano, reconciliamos a nação”.

“Os desafios de manter as conquistas da paz, de construir a unidade nacional e edificar uma nação reconciliada, são permanentes e devem fazer parte do nosso quotidiano”, comentou ainda João Lourenço, terceiro Presidente da República de Angola independente.

A construção e reconstrução de infra-estruturas como portos, aeroportos, caminhos-de-ferro, os investimentos na educação, saúde, com a edificação de escolas e hospitais pelo país, nos quase 20 anos de paz, constituem um “caminho que deve orgulhar” o povo angolano, frisou.

O Presidente destacou conquistas alcançadas em quase duas décadas de paz: “Aumentámos a oferta de habitação, reduzimos a taxa de analfabetismo, aumentámos o número de carteiras em todos os níveis de ensino, incrementou-se consideravelmente o número de camas hospitalares”, realçou.

O estadista angolano assinalou também o “aumento” de meios de diagnóstico e tratamento do sistema nacional de saúde, o “crescimento considerável” do investimento na produção, transporte e distribuição de energia eléctrica e de água potável à escala nacional como resultados do período de paz.

“[As conquistas da independência nacional e da paz] são marcos indeléveis da nossa história, que enchem de orgulho cada um de nós e encorajam-nos para enfrentar o longo caminho que temos pela frente, para vencermos os desafios do nosso tempo”, destacou.

“Temos um passado que nos orgulha e nos impele para a construção de um futuro melhor. Fazer de Angola uma Nação próspera é o principal desafio do nosso tempo, é possível e está ao nosso alcance”, apontou.

Nesta sua mensagem à nação, João Lourenço referiu também que o caminho “é longo e complexo”, mas, acrescentou: “Estou certo que juntos venceremos se trabalharmos todos pela manutenção da estabilidade política e social”.

“[Para] vencermos os desafios de hoje, precisamos de continuar a investir o nosso tempo, o nosso conhecimento e os nossos recursos na alteração da estrutura económica de Angola através da diversificação da nossa economia”, notou.

A necessidade de se “continuar a investir na moralização da sociedade e na construção de uma nação, cujos pilares fundacionais sejam os valores morais”, foi também apontada por João Lourenço como “desafios da atualidade a serem vencidos”.

“Precisamos de continuar a mobilizar cada angolano para que sejamos partícipes da luta pela prevenção e o combate à corrupção”, exortou igualmente o Chefe de Estado angolano.

Recordou que a covid-19 “ainda não permite” o país celebrar efusivamente a data da independência, obrigando “a continuar com as medidas de biossegurança recomendadas pelas autoridades sanitárias e a aderir massivamente aos postos de vacinação”.

“Apesar disso, hoje é um dia de festa, um dia de vitória, de esperança e de glória, um dia de reflexão sobre o nosso percurso glorioso, e sobre o muito que temos pela frente para vencer os desafios do nosso tempo”, realçou.

“Tal como no passado, este é um momento de acreditar, lutar e trabalhar arduamente, para vencer a batalha do desenvolvimento”, concluiu João Lourenço.

O 11 de novembro é feriado nacional em Angola.

 

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