Os partidos políticos da oposição na província angolana da Huíla continuam a queixar-se da lentidão do processo do registo eleitoral, mas o Gabinete Provincial dos Registos faz um balanço positivo do que já foi alcançado.
O secretário executivo da CASA-CE na Huíla, Frederico Fonseca, chamou recentemente atenção para o facto dos fiscais daquela coligação não terem acesso aos relatórios diários do processo.
“Muitos dos nossos fiscais de lista não têm acesso ao relatório final depois das actividades, enfim. São essas pequenas lacunas que os nossos fiscais nos fazem chegar”, disse Fonseca.
A UNITA, por seu lado, aponta a lentidão como um ponto de estrangulamento e critica o tempo que o cidadão perde para fazer a actualização, segundo o secretário provincial adjunto, Félix Kuenda.
“O que nós sentimos todos os dias é que o indivíduo tem que perder um dia para fazer o registo. Gostaríamos de aproveitar mesmo para apelar às autoridades que estão a gerir este processo no sentido de se inverter o quadro porque estamos preocupados”, afirmou.
Até ao início do mês de Janeiro, 116.457 cidadãos dos mais de 800 mil previstos já haviam actualizado de forma presencial o seu registo nos 42 Balcões Únicos de Atendimento ao Cidadão dos 14 municípios espalhados pela província.
Por seu lado, a directora provincial dos registos, Vayolela António, admite haver lentidão no processo associada às questões tecnológicas como a internet e garante a fiscalização dos partidos políticos que têm destacados ao todo 197 fiscais.
António fez notar, contudo, que não é possível ter fiscais de todos os partidos politicos ao mesmo tempo em muitos locais.
“Eles estão todos os dias em todos os balcões e têm acesso. Nós aqui temos dois, quatro, seis partidos que estão a fiscalizar. Se tivermos que pôr mais de um fiscal então fica uma enchente e os espaços são pequenos e não conseguimos dar o atendimento necessário”, afirmou.
Satisfeito igualmente com o andamento do processo de actualização do registo eleitoral está a Comissão Provincial Eleitoral (CPE) da Huíla, que desde o dia 12 de Janeiro iniciou um trabalho de supervisão no quadro da Lei do Registo Eleitoral Oficioso.
O porta-voz da Comissão Provincial Eleitoral (CPE) da Huíla, Longa Paquete, assegura que o processo decorre dentro da normalidade.
“Espera-se que com esta tarefa de supervisão do registo presencial, possa permitir constatar as vias de acesso aos postos de registos eleitoral presencial, por um lado e por outro constatar a participação dos partidos políticos neste processo de registo presencial através dos fiscais indicados pelos respectivos partidos políticos ou coligações de partidos políticos igualmente constatar a possibilidade da presença de observadores desse processo”, afirmou Paquete.
Recorde-se que, nas eleições de 2017, a província da Huíla foi a segunda maior praça eleitoral de Angola depois de Luanda.