A zona centro sul de Angola tem uma nova transportadora rodoviária, a Huambo Expresso, um investimento de mais de dois mil milhões de kwanzas (3,082 milhões de euros), anunciou hoje o diretor-geral da empresa.
Segundo Fabrício Herbstrith, o projeto foi criado no Huambo, numa parceria entre os acionistas Valdomiro Minoru Dondo, empresário angolano-brasileiro já com negócio no mesmo ramo, e o empresário angolano António Mosquito.
O diretor-geral disse, em declarações hoje à agência Lusa, que António Mosquito, natural do Huambo, no centro de Angola, sugeriu a criação da empresa voltada para aquela província.
“O nome veio de lá e é um grande desafio levar uma empresa com o nome do Huambo para o restante do país”, disse o diretor, salientando que o negócio foi lançado com 15 autocarros, de 48 lugares, com perspetiva de aquisição de 25 novas viaturas no próximo ano.
Nesta altura, a transportadora liga a partir do Huambo, as cidades do Cuito, Benguela, Sumbe, com paragem na Quibala, Lubango e Luanda, com preços promocionais até 18 de dezembro, com vista a captar clientes.
“Como o nome é Huambo é mais difícil de se trabalhar, as pessoas acham que só vai para o Huambo”, disse o responsável, salientando que a empresa arrancou no sábado.
O diretor-geral da Huambo Expresso explicou ainda que com a restrição na circulação entre províncias devido à pandemia da covid-19, foram criadas várias alternativas de transporte de passageiros, criando dificuldades aos autocarros.
“Os autocarros não podiam fazer viagens e começou a haver muitos transportes particulares, que vão fazendo o trajeto com um preço mais barato, mas sem conforto, qualidade, segurança, sem o apoio que damos no autocarro, isso diminuiu muito o número de passageiros, até o pessoal voltar a acostumar-se com o transporte do autocarro demora mais um pouco”, disse.
Face à situação e à concorrência de outras operadoras, a lotação atualmente atinge 60% da capacidade do autocarro, entre 28 até 30 pessoas por veículo.
“Nós criamos parceiros, coisa que em Angola não existe, todos os passageiros têm direito a um lanche, uma coisa que nenhum outro tem, e com essa divulgação já tivemos outras empresas a pedir parceria”, disse.
Com este investimento, foram criados 148 empregos diretos e 38 indiretos, com todos os motoristas treinados por mês e meio para nas rotas escolhidas, construídos sete pontos de venda, que poderão chegar a dez até fevereiro do próximo ano.
Em fase ainda de negociação, com a futura aquisição de 25 novos autocarros, em 2022, o objetivo é atender a parte norte do país, informou o diretor-geral da empresa, sublinhando que o Huambo “tem um espaço de crescimento muito grande”.
Questionado sobre o estado das estradas, uma das principais queixas das operadoras de transportes, Fabrício Herbsthith disse este não constitui um problema, apenas a rota que vai para o Lubango enfrenta maior dificuldade, mas encontra-se em reparação.
“A geração de emprego que se está a fazer no momento ajuda, nesta altura de pandemia, em que ninguém está a investir forte, o investimento que os dois acionistas fizeram agora é um desafio grande”, considerou.