O Presidente da República, João Lourenço, vai dialogar hoje, quinta-feira, em Luanda, com representantes dos mais variados segmentos da juventude angolana.
São esperados para a reunião de Talatona representantes de dezenas de associações juvenis e outros entes ligados à actividade dos jovens, nos planos profissional, educativo, religioso, do activismo político e social, empreendedorismo, da cultura, desporto, ambiente, entre outros.
Recentemente, João Lourenço completa em audiência o presidente do Conselho Nacional da Juventude, Isaías Calunga, com quem analisou as preocupações ligadas à habitação para jovens, formação técnico-profissional, ao emprego e à inserção no sistema de ensino.
O encontro acontece numa altura em que grupos juvenis da sociedade civil se têm vindo a manifestar em protesto contra a subida do custo de vida, exigir mais transparência no combate à corrupção, melhores condições de vida, entre outras.
Activistas desconfiam de encontro com João Lourenço
O convite foi dirigido a jovens revolucionários com vista a discutir como base de maior justiça social e de luta contra a corrupção, que foram levantadas nas últimas manifestações em Luanda, algumas delas severamente reprimidas.
O movimento de ativistas desconfia dos propósitos do anunciado encontro com o chefe de Estado, muitos deles declinaram o convite.
Para o movimento de activistas os anteriores encontros realizados com o Presidente angolano não respondeu às principais, nomeadamente, à criação de emprego, maiores investimentos nos sectores da educação e saúde e ao combate à pobreza extrema, que afecta a maioria da população angolana.
De acordo com fontes oficiais angolana, este encontro solicitado pelo Presidente João Lourenço pretende criar um diálogo com os jovens angolanos com vista a compreender as suas principais preocupações e para que o executivo possa definir políticas sustentáveis para a juventude.
Este encontro é visto como uma resposta à pressão feita sobre o Presidente com as manifestações de 24 de outubro e 11 de novembro.
“Os jovens ativistas angolanos têm vindo a fazer muita pressão nos últimos dois meses nas ruas, sobre o governo, exigindo respostas ao alto nível de desemprego, uma marcação da data das alterações autárquicas para 2021 e o combate à corrupção protagonizada também por membros do governo atual João Lourenço”.