O Presidente da República cancelou a viagem de trabalho a Cabinda, prevista para os próximos dias 13 e 14 de Agosto. Em nota do gabinete de comunicação institucional e imprensa da Presidência é informado que a visita do Chefe de Estado foi adiada “sine die”, isto depois de várias equipas de jornalistas – testadas na Cidade Alta antes do vôo – terem sido enviadas para o enclave a bordo de um avião militar logo depois de saberem o resultado do teste de covid-19. Não foram adiantadas as razões que levaram ao cancelamento da visita de João lourenço.
No início da semana, as redacções receberam uma nota do gabinete responsável pela comunicação institucional da Presidência que informava sobre a visita do Chefe de Estado à província de Cabinda nos dias 13 e 14 de Agosto, solicitando que fosse remetida a lista dos profissionais que se deslocariam para a cobertura da actividade, a fim de serem submetidos aos testes de rastreio à covid-19.
O Novo Jornal, tal como outros órgãos de comunicação social, entre públicos e privados, enviou a sua equipas à Cidade Alta, esta terça-feira, para os jornalistas serem testados, e depois de o resultado do teste sair, seguirem para a base militar onde foram colocados num avião militar que saiu de Luanda por volta das 14 horas.
Antes do final do dia, chegava outra nota do gabinete de comunicação institucional e imprensa da Presidência a informar que a viagem do Chefe de Estado tinha sido adiada. As equipas de jornalistas, entre as quais as das televisões, regressam hoje a Luanda no mesmo avião que as levou a Cabinda.
Era esperado que esta viagem de João Lourenço marcasse um novo ciclo das relações entre Luanda e Cabinda, que não têm sido fáceis desde a independência de Angola.
Na província de onde jorra petróleo está a ser construída uma refinaria, localizada na planície de Malembo, avaliada em 920 milhões de dólares norte-americanos e que se espera venha a criar mais de 2000 postos de trabalho e 60.000 barris quando estiver totalmente construído pela Odebrecht, a mando da GEMCORP, simultaneamente financiadora e proprietária do projecto que obteve recentemente a aprovação de vários benefícios fiscais.
No enclave, e fruto dos esforços que o “Executivo de João Lourenço tem vindo a fazer para encontrar um caminho de alguma paz entre Luanda e Cabinda”, estará igualmente em construção uma centralidade com 3.000 habitações pelo Grupo Mitrelli, obras que custarão aos cofres do Estado angolano mais de 400 milhões de dólares.
Aliás, no último ano, “João Lourenço desdobrou-se em aprovações de projectos para Cabinda. Para além dos já identificados, em Março, o Chefe de Estado autorizou a despesa e a abertura de vários procedimentos de contratação simplificada, pelo critério material, para projectos de empreitada de obras públicas, nomeadamente a construção da rede de iluminação pública e de um complexo escolar, a abertura de 50 furos de água potável e a reabilitação das salas de especialidade do hospital provincial, bem como a terraplanagem de três vias terciárias de difícil acesso, também no município de Cabinda”.
Dos cofres do Estado está previsto saírem cerca de 2,6 mil milhões de kwanzas que incluem igualmente a reabilitação de duas estruturas de apoio ao edifício secular de Lândana.
O Presidente visitou Cabinda em Novembro de 2017, onde presidiu a uma reunião do conselho de ministros descentralizada, a primeira do género na sua presidência.