Felizes os Partidos Políticos que sabem cuidar da sua memória humana e gerir de forma equilibrada a transição geracional. O VIII Congresso Ordinário do MPLA elegeu o Presidente do Partido com 98.04% num processo eleitoral ao estilo do Partido no poder, blindou o seu Presidente com o aumento do Comité Central e do Bureau Político.
Ao encerrar o VIII Congresso Ordinário do MPLA, o Presidente eleito deixou claro que o seu Partido é a solução definitiva dos principais problemas de Angola, pintando o país de cor de rosa. Defendeu a democracia de bairro (sem escola) que será construida por pessoas sem cultura democrática. Não se referiu ao sequestro da comunicação social pública tão pouco dos males geracionais consequência do regime cleptocrático que praticou a corrupção de forma despudorada.
Olhou para os angolanos como pigmeus cerebrais sem direitos de participar em eleições livres e justas para escolha de seus representantes, porque o MPLA “especial” já o faz por eles.
Falou da política onde o Estado é atrelado exclusivamente ao interesse da elíte político-económica que está a criar através das reformas em curso. Não dirigiu uma palavra de conforto sequer para classe médica em greve, acho que também já devem estar na lista de arruaceiros. Para Igreja Católica que vem sofrendo roubos e ataques a tiros contra padres e bispos não deu sinal de se abrandar a estratégia em curso, ignorou totalmente que esta grande instituição nacional está sob ataque. Esqueceu-se que esta atitude não amedronta a fé que se fortaleceu nas catacumbas e arenas como pasto de leões na Roma Antiga.
Não se elevou ao nível de grande estadista que Angola precisa. Foi mais uma vez uma decepção para Angola profunda, para classe média que empobreceu, para os empresários nacionais que vêm seus negócios a minguar e para um país que se perdeu no tempo e sem esperanças.
JLO apenas deixou a esperança de que em 2022 vai sair pela via por si escolhida.
– OBRIGADO –