O encontro entre “jovens activistas” e o Titular do Poder Executivo, previsto para o próximo dia 26 deste mês, denota a banalização em torno de um órgão de soberania, no caso em concreto, o Presidente da República.
Não posso concordar que se banalize dessa forma o mais alto magistrado do país. Entendemos que devia-se esgotar o diálogo, a nível das 18 províncias do país, e sobretudo, com o Ministério da Juventude e Desportos, entre outras instituições afins.
O exercício de fiscalizar às acções de quem tem a missão de governar Bem, durante o quinquénio 2017 – 2022, não significa necessariamente que devemos “forçar” um “face to face” com PR João Lourenço, sob pena de ser mais um exercício de charme “para inglês ver”, onde obviamente será feito um aproveitamento político do Homem-forte do Palácio da Cidade Alta.
Por essas e por outras, somos de opinião que deixar o Presidente da República tomar à dianteira de um encontro meramente mediático, só para inundar os noticiários dos órgãos de comunicação social públicos, é de um populismo aberrante.
Como não comungo de acções populistas, o mais viável seria que os próprios Jovens, ligados aos distintos Movimentos Revolucionários, que tanto almejam ser ouvidos à todo custo pelo PR, devem dialogar primeiro “intramuros”, compilando todas “ideias” sustentáveis, e posteriormente, apresentar um caderno de “encargos” e/ou soluções para determinadas preocupações que têm sido manifestadas, devendo as mesmas serem ajustadas à realidade socio-económica do país, e apresentar um cronograma com as respectivas tarefas e metas.
Não podemos perder de vista que o foco do activismo social não deve ser derrubar o Poder, mas sim assumir o papel de “força de pressão”.
Como forma de repúdio ao desrespeito a um órgão de soberania, Presidente da República, e a incompetência reiterada dos seus Conselheiros e Auxiliares, declino aceitar o convite. Por outra, por não ser um diálogo inclusivo, ou seja, trata-se de um encontro tão somente com jovens de Luanda, alimentando a tese do tempo da outra Senhora, segundo a qual, “Angola é Luanda e o resto é paisagem”.
Por outro lado, àqueles que abraçaram a campanha “Eu respeito o meu Presidente”, sobretudo, Ministros e Secretários de Estado são os que mais desrespeitam o PR, visto que apresentam sempre dados falaciosos de uma Angola “cor de rosa”, que não condiz com a verdade.
Quem respeita o Presidente da República não mente sobre obras não concluídas, Mediatecas não inauguradas, pontes não construídas, entre outras inverdades infindáveis.
O Presidente da República ao tomar a dianteira para este diálogo não só passa um certificado de incompetência aos seus auxiliares, dando um recado aberto que os seus colaboradores não têm estaleca para “negociar” com a nova vaga de jovens manifestantes, mas como também colabora com o círculo da sua banalização.
Luís de Castro
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