O jornalista angolano Francisco Rasgado regressa à Procuradoria-geral da República (PGR) nesta quarta-feira, 04, para o segundo interrogatório de um processo crime movido pelo governador de Benguela, Rui Falcão, e pelo empresário Carlos Cardoso, que vêem calúnia e difamação nas matérias sobre a apreensão da brigada mecanizada de construção civil.
Camiões-cisternas, bulldozers, cilindros e pás carregadoras estiveram à guarda da Procuradoria após a apreensão, alguns no Bié, no seguimento de uma investigação relativa a suspeitas de peculato e tráfico de influência na adjudicação de um contrato à CCJ, empresa de Cardoso.
Os meios foram devolvidos à empresa para “evitar deterioração” , conforme alega a PGR, que alerta, no entanto, para a continuidade do processo-crime.
O director do jornal Chela Press, ouvido já pelo sub-procurador titular de Benguela e da Comarca, diz não acreditar que vá a julgamento por ter ‘’denunciado desvios de bens públicos’’.
‘Estou tranquilo, tudo é feito com base em provas, contra factos não há argumentos’’, disse Rasgado.
“Gostava de saber se denunciar um roubo ou tentativa de bens do Estado é injúria’’, acrescentou o jornalista.
Sem qualquer reacção do governador provincial, a VOA procurou um pronunciamento do empresário Carlos Cardoso, que nao se quis pronunciar alegando segredo de jutiça mas confirmou que há um único processo.
Cardoso, como foi noticiado, recebeu já as onze máquinas, mas a PGR refere que o expediente criminal sobre peculato e tráfico de influência, envolvendo igualmente membros do Governo Provincial, continua a decorrer.
Texto da VOA