Uma delegação do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) desclocou-se à província do Kwanza Norte e constatou que nos municípios de Ambaca, Samba Caju e Cazengo há inúmeras escolas sem quaisquer condicões para aulas. “Escolas só de nome”, diz organização estudantil que desafia ministra a dar uma aula nessas localidades.
Joaquim Lutâmbi, número dois do MEA, diz que a precaridade das salas de aulas faz com que muitos encarregados retirem seus filhos das escolas e os coloquem nos campos agrícolas a trabalhar.
Lutambi acrescenta que as salas de aulas nessas localidades existem só pelo nome , não têm água corrente nem casas de banho com condições.
“Vamos correr o risco de ver crescer ainda mais o número de alunos que se encontram fora do sistema de ensino, com o número de crianças que desistem porque os pais preferem colocá-las nas lavras a ajudar, ao invés de estarem na escola”, afirma aquele responsável, acrescentando que “não vemos capacidade de resposta do Governo em construir mais salas de aulas”.
Lutâmbi revela que procurou agenda encontros com o Ministério da Juventude e Desportos, a ministra da Educação, mas, no Kwanza Norte “infelizmente não fomos recebidos” pelo director provincial de Educação.
Segundo o responsável estudantil, há um desprezo total pelas escolas públicas porque “infelizmente os nossos dirigentes não usam as escolas públicas, porque preferem as escolas estrangeiras” e desafia a ministra da Educação ,“na qualidade de professora, a vir dar uma só aula numa destas salas da comuna do Bindo, em Ambaca e ela vai sentir o que os professores e alunos sentem ao permanecerem dentro destas salas que na verdade não são salas de aulas”.
“Acredito que ao voltar para Luanda vai tratar de forma diferente os professores que são seus colegas”, conclui.
A VOA tentou, por telefone, contactar os responsáveis de educação da provincia, mas sem sucesso.