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Angola: “Logística para autárquicas só estará concluída em setembro de 2022”, diz Marcy Lopes

Previsão é do Ministro da Administração do Território de Angola. Mercy Lopes diz que eleições autárquicas poderão ser convocadas “depois de o processo material estar pronto” e isso não ocorrerá antes de setembro.

O Ministro da Administração do Território de Angola disse esta sexta-feira (22.10) que a logística para a realização de eleições autárquicas em Angola não estará pronta antes de setembro de 2022, faltando, no entanto, todo o processo legislativo.

“A previsão é que todo o processo material de preparação das condições esteja concluído até setembro do próximo ano e, em tese, depois de todo processo material estar pronto, as eleições podem ser convocadas a todo o tempo desde que exista legislação para o efeito, mas é recomendável haver acordo político sobre o modo como as eleições deverão decorrer”, disse Marcy Lopes, em entrevista à agência Lusa.

Em causa está a preparação logística que terá de estar concluída antes de ser possível realizar eleições autárquicas e garantir a permanência dos eleitos, explicou o governante.

“No plano material, estão a ser realizadas uma série de tarefas para permitir a implementação das autarquias locais; o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios prevê a criação de infraestruturas, vários edifícios de educação, saúde e infraestruturas autárquicas”, lembrou Marcy Lopes, acrescentando que “em simultâneo estão a ser construídos complexos residenciais administrativos que vão servir de alojamento para as pessoas que forem trabalhar nestes lugares mais longínquos”.

Marcy Lopes encontra-se em Lisboa a liderar a delegação que acompanha a implementação do processo eleitoral da diáspora angolana, que pela primeira vez vai votar nas eleições gerais. Já esta semana, o ministro deu conta que o governo angolano pretende registar 450 mil angolanos no exterior para as próximas eleições.

É “desejável” que haja acordo entre partidos

O ministro considerou ainda que é desejável haver acordo com outras forças políticas sobre as eleições autárquicas.  “Os consensos têm ocorrido na Assembleia Nacional, mas obviamente que há matérias onde o consenso não impera, mas o caminho faz-se caminhando e temos a expetativa de que todos os consensos possam ser alcançados para que no final o país ganhe com este processo”, afirmou.

Questionado sobre a evolução da situação política, nomeadamente sobre um eventual aumento do descontentamento popular que leve a um fortalecimento da oposição, o responsável desvalorizou a questão, dizendo que isso é a democracia a funcionar. “É a democracia, em sistemas democráticos há quem esteja agradado e quem esteja desagradado, mas quem governa tem de saber que as suas ações vão ser alvo de crítica e saber conviver com isso e satisfazer as necessidades coletivas”, respondeu.

Para Lopes, “o povo exige sempre mais, é o seu trabalho, a oposição vai criticar porque quer ser poder, e quem ganhou as eleições tem de governar e trabalhar para melhorar as condições do povo”.

Sobre o facto de Angola ir previsivelmente registar em 2021 o sexto ano de crescimento económico negativo, Marcy Lopes salientou que face aos mais de 5% de quebra em 2020, uma expansão económica próxima de zero é uma evolução positiva: “Toda a melhoria é boa, significativa ou não significativa, desde que seja para melhorar a estabilidade económica, que permita atrair investimento e passar mensagem de confiança aos investidores e à comunidade global, toda a melhoria será um ganho para o país”.

 

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