Luanda cidade, capital de Angola, está à beira de uma crise de saúde pública sem precedentes. O governo provincial de Luanda deve mais de 200 milhões de kwanzas às operadoras de limpeza, que têm neste momento todos os serviços paralisados.
A ministra das Finanças, Vera Daves, disse que o anterior modelo de contratação das referidas empresas era insustentável
“A gestão deste processo de transição conduziu-nos para este momento que estamos a viver agora, de grandes passivos em termos de resíduos sólidos e um iminente risco de uma crise de saúde pública”, referiu durante a conferência de imprensa organizada pela equipa multissetorial criada para apoiar o governo da província na resolução do problema do lixo em Luanda.
O resultado consiste em amontoados de lixo pelas ruas da capital, situação que foi agravada pelas fortes chuvas dos últimos tempos. Muitos cidadãos classificam a situação como sendo insustentável.
Conversamos com Afonso Mutuboi, presidente da comissão de moradores do Bairro de Talatona, que mostrou a proximidade das crianças com as lixeiras. “O impacto é sempre negativo para esta comunidade. Se reparar, vê perfeitamente que há um foco de lixo. Este foco de lixo é o sítio onde as crianças brincam. Todos os dias estão ali a apanharem o lixo”.
O governo reconhece que medidas preventivas teriam minimizado os efeitos catastróficos, como a perda de vidas e a degradação da situação de várias famílias, que já viviam no limiar da pobreza
Este sábado o presidente de Angola, João Lourenço, criou uma comissão que vai auxiliar o governo provincial na busca de soluções imediatas, e trabalhar na requalificação urbana.
Assim sendo a cidade de Luanda acolhe esta segunda-feira uma mega-operação de limpeza que vai contar com o apoio das empresas de limpeza de resíduos sólidos, de construção civil e polícia militar.