Ao todo, 350 mil pessoas em Angola vivem com o vírus do VIH/Sida, o que representa 2 por cento da população, segundo dados da Rede Angolana das Organizações de Serviço de SIDA (ANASO).
A informação foi prestada, ontem, em Luanda, pelo presidente da Anaso, António Coelho, durante um acto, por videoconferência, destinado a assinalar o Dia Mundial da Sida, na próxima terça-feira, sob o lema “Solidarie-
dade global responsabilidade compartilhada”.
O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, que procedeu à abertura do acto, que se designou “Marcha de solidariedade contra a Sida”, salientou que este ano o mundo entra na última década de acção para acabar com o Sida como ameaça à saúde pública. O também coordenador da Comissão de Luta contra a Sida disse tratar-se de um objectivo alcançável se houver mais financiamento para a Saúde, sistemas de saúde fortes, funcionais e eficientes, o acesso aos cuidados primários garantidos e os direitos humanos considerados e respeitados.
Para o Vice-Presidente da República, a ONU/Sida, ao propor como lema “Solidariedade global, responsabilidade compartilhada”, faz um apelo inequívoco à necessidade de dar respostas multissectoriais para vencermos a doença.
“Esta é a oportunidade de ouro para unirmos as nossas vozes, gerando sinergias e mostrarmos que, em Angola e no mundo inteiro, quem vive com HIV é e continua a ser um de nós”, disse.
Bornito de Sousa reafirmou o compromisso dos países em centralizarem recursos para o combate à pandemia da Covid-19. “Se, por si, o VIH já constitui um desafio duro dos Estados, famílias, empresas e economias, a combinação com a Covid-19 resulta num obstáculo ainda mais difícil e complexo que apenas pode ser superado com solidariedade e responsabilidade compartilhada”, sublinhou.
A ministra de Estado para Área Social salientou que deve-se, nesta data, honrar as vítimas da doença, recordando a importância da prevenção e renovar a solidariedade à todos que vivem com o HIV/Sida.
Carolina Cerqueira disse que o objectivo é romper a barreira do medo e da marginalização, a que milhares de pessoas estão sujeitas por preconceito ou desconhecimento.
Apelou ao reforço das fontes de solidariedade para a esperança e auto-estima se sobreporem aos traumas e estigmas que ainda prevalecem na sociedade. A ministra de Estado reiterou o apoio do Executivo na assistência a todos os angolanos vivendo com o VIH e apelou, também, para a necessidade de juntos “lutarmos para o reforço à educação e prevenção da Covid-19, mantendo o distanciamento e as medidas de biossegurança”.
O director da ONU-Sida Angola, Michel Kouakou, chamou a atenção da comunidade internacional para uma solidariedade global e responsabilidade compartilhada.
Michel Kouakou sublinhou que, com o surgimento do novo Coronavírus, o mundo aprendeu muitas coisas, como o grande impacto que uma pandemia pode ter na vida de uma pessoa e nos meios de subsistência.