O ministro dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás de Angola saudou hoje, durante a reunião ministerial da OPEP+, uma “muito desejada dinâmica ascendente” no mercado petrolífero, que deixam a organização com “um otimismo cauteloso” para o futuro.
Diamantino Pedro Azevedo destacou fatores como “o contínuo reforço da campanha mundial para a distribuição de vacinas contra a covid-19, assim como a esperança na aprovação do pacote de estímulo económico nos Estados Unidos e a melhoria das perspetivas económicas em alguns países da Ásia” como contribuintes para esta dinâmica ascendente.
O responsável falava na abertura da reunião ministerial da OPEP+, que junta 13 Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e 10 parceiros não-OPEP, organização a que Angola preside.
“Isto são boas notícias e deixam-nos com um otimismo cauteloso depois de um 2020 extremamente difícil”, sublinhou o responsável angolano na reunião que decorreu através de videoconferência.
“No meu país, sofremos perdas económicas maciças, não apenas no setor do petróleo e do gás, mas em toda a cadeia de fornecimento. Áreas da economia que estavam a sofrer antes da pandemia estão agora num momento difícil”, lamentou o ministro.
Diamantino Pedro Azevedo enalteceu que “também deve ser considerado que os países africanos não foram capazes de introduzir as medidas de estímulo económico como visto em países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico]”, o que levou a que estes países se tenham “esforçado para se manterem à superfície enquanto aguardam ansiosamente para uma recuperação iminente”.
O governante assinalou também a “correlação direta” entre o “sucesso dos esforços conjuntos” dos Estados integrantes da OPEP+ e os benefícios para as economias destes, assinalando que foi “uma situação de ganhos mútuos”.
Devido às consequências da pandemia de covid-19, com o impacto na economia e a diminuição do consumo, o Comité Técnico Conjunto da OPEP recomendou cortes na produção de petróleo.
O governante angolano disse que há uma imagem “mais brilhante no horizonte”, mas que isso não deve levar a que os responsáveis de cada país “cavalguem o momento” e assinalou que “é tempo de intensificar” esforços.
“Todos entendemos a imprevisibilidade do mercado petrolífero e que as perspetivas podem mudar de um dia para o outro”, alertou.
Angola foi eleita, em 30 de novembro, para a presidência rotativa da conferência de ministros da OPEP em 2021, em substituição da Argélia.
A OPEP existe desde 15 setembro de 1960 e integra a Argélia, Angola, Guiné Equatorial, Gabão, Irão, Iraque, Koweit, Líbia, Nigéria, República do Congo, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.