Segundo Gaspar Fernandes, líder da Juventude do Partido de Renovação Social (JURS),uma das razões do fracasso dos partidos políticos na oposição, é a permanência dos líderes daqueles partidos na Assembleia Nacional.
Em entrevista a O Decreto, Fernandes aconselhou os líderes dos partidos da oposição a abandonarem os lugares no parlamento para terem mais tempo para os seus partidos: “Permanência dos líderes da oposição na Assembleia Nacional contribui bastante para o fracasso destes partidos” diz líder da Juventude do PRS.
O político criticou também o partido governante. Gaspar disse que: “MPLA não se importa com o rumo de Angola. São 45 anos a desviarem fundos públicos do País” diz líder da Juventude do PRS.
Acompanha na íntegra a entrevista com Gaspar dos Santos Fernandes.
O Decreto: Que avaliação faz da liderança dos partidos Políticos?
Gaspar Fernandes: A avaliação que faço das lideranças dos partidos políticos em Angola é razoável.
Para os partidos políticos na oposição temos de nos esforçar mais e melhorar as nossas formas de actuar em relação a defesa dos direitos dos cidadãos. Por outro lado, considero que a permanência dos presidentes dos Partidos na Assembleia Nacional contribui bastante na redução da capacidade de atuação dos partidos.
Para o partido no poder, este acredito que é um grupo de insensíveis que não se importam com o país e o mesmo não se fazem sentir como governo. São 45 anos a desviarem os fundos públicos do País.
O Decreto: A JURS tem velocidade de Ferrari e o PRS a velocidade de um I10, o que está na base?
Gaspar Fernandes: Na verdade, todos nós temos feito os possíveis para elevarmos o nome do Partido e a JURS vai continuar a promover os ideais do partido.
O Decreto: A Juventude é a força motriz de um País e do Partido. Já Pensou em ser Presidente do seu partido?
Gaspar Fernandes: Sim. É sonho de qualquer jovem Político atingir a máxima cadeira do seu partido.
O Decreto: O Que JURS tem feito para que em 2022 se aumente o número de Deputados no partido?
Gaspar Fernandes: Temos procurado aumentar os níveis de acções e de mobilização da sociedade, divulgar os programas de Partido e Bem como, sensibilizar novos militantes as fileiras do PRS.
O Decreto: Que Avaliação se faz do MPLA actual?
Gaspar Fernandes: A avaliação que faço ao partido que governa é negativa. De 0 à 10, dou nota 2.
O MPLA não tem capacidade para governar o país.
O Decreto: Para si, a juventude tem participação activa no desenvolvimento do país?
Gaspar Fernandes: De forma geral não! Em Angola os jovens não têm espaço para poderem participar direitamente nos processos de desenvolvimento do país. Os jovens têm muito pouco espaços para poderem contribuir, tudo porque não existe uma vontade política por parte do governo do MPLA.
O Decreto: Certamente conhece a actuação do CNJ, quê avaliação faz?
Gaspar Fernandes: A nova direcção ainda só tem três meses desde a sua eleição, por isso, ainda não conseguimos fazer uma análise concreta da sua situação. Também, acreditamos que está comissão directiva do CNJ assume um mandato onde a juventude está agastada com a governação de João Lourenço.
O Decreto: Quê avaliação faz aos tribunais do país? Acha normal não se criar nenhum partido em tempo de JLO?
Gaspar Fernandes: Em Angola não existe tribunais, mais sim Caps. ou células do Comité de especialidade do MPLA.
O PRS sempre defendeu os tribunais independentes e não este que o PR os nomeia a partir do Comité central do seu partido.
Esta claro e é obvio que nunca terão decisões próprias e com sentido de Estado. Na verdade, estes faram o seu papel de militante ao serviço do seu partido.
O Decreto: Passado 3 anos de governação do JLO, que Promessas eleitorais já se cumpriu?
Gaspar Fernandes: Está governação não vai cumprir as suas promessas por uma simples razão, o MPLA é incompetente em governar e nunca esteve nos seus planos resolver a vida dos cidadãos.
O Decreto: A Governadora de Luanda, que avaliação faz dela?
Gaspar- Avalio a governadora de Luanda como mais uma indicação de JLO na sua dança de cadeiras. Dizer que, a mesma ainda não está a exercer as suas funções como tal. Digo lhe porque, nunca vimos acções concretas da mesma.
Dou-lhe nota 1 Pela sua má atuação.
O Decreto: O que acha sobre o elevados índice de desemprego? (principalmente dos jovens)
Nos últimos tempos vimos dois Licenciados nas ruas do país mendigando por emprego. Onde está o problema?
Gaspar Fernandes: O problema está nas políticas má elaboradas pelo Executivo e as políticas só têm falhado porque não existe política concretas e com consistência.
Exemplo prático é a promessa feita pelo PR JLO na fase das eleições gerais de Agosto de 2017, onde propôs a criação de 500 mil pontos de empregos à juventude. A que estudo ele fez para o alcance da concretização desta promessa? Logo isso nos remete a pensar que temos governantes aventureiros.
O Decreto: O que acha da igualdade do género?
Gaspar Fernandes: Eu acredito que a igualdade do gênero passa por uma questão de meritocracia. Por que, os cargos devem ser ocupados mediante as habilidades e competências individuais, é bem verdade que existem hoje um número de mulheres com bastante habilidade para desempenharem determinadas funções, sobre tudo de liderança.
O Decreto: Sabe-se que Angola é rico em recursos naturais, e por sinal é dos maiores exportadores de petróleo a nível mundial, mas maior parte da população é miserável, qual é a razão?
Gaspar Fernandes: A Bíblia diz que quando os perversos reinam o povo geme. Todavia, a nossa população continuar a sofrer enquanto estiver sobre a governação do MPLA.
A oposição do povo angolano é o MPLA.
O Decreto: Já se pode falar da descentralização e desconcentração em Angola?
Gaspar Fernandes: Ainda estamos muito longe desta realidade. Tudo porque o MPLA tem uma ideologia político centrado numa governação unitária, logo, o MPLA não será capaz de mudar para a desconcentração porque choca com os seus projectos de matriz.
Dizer que em Angola só o PRS é quem defende a ideia de descentralização dos poderes.
Os restantes partidos em Angola defendem o estado unitário.
O Decreto: O PINN é prioritário atendendo a situação do país?
Gaspar Fernandes: Relativamente ao PINN, Digo que é um projecto falhado do governo e que tinha sido feito para promover uma campanha eleitoral.
Exemplo prático é da casa construída na província da lunda Norte, avaliada em 67 milhões de Kwanzas e que a mesma não serve os interesses da população e nem atende as necessidades primárias daquela zona ou região.
O Decreto: O adiamento das eleições autárquicas, o que deve estar na base?
Gaspar Fernandes: Falta de vontade política por parte de quem governa o país.
O Decreto: Há uma grande onda de protestos em Angola nos Últimos tempos, qual é a sua apreciação sobre isso?
Gaspar Fernandes: 1º Considero que a manifestação é um direito consagrado na Constituição da República da Angola; 2º é difícil viver em Angola face as condições precárias em que o governo do MPLA nos submete, onde não existe políticas Concretas, falta quase tudo, não existe qualidade de vida para os cidadãos e com a ausência das necessidades básicas para o cidadão poder desenvolver a sua vida, por isso, todos estes problemas nos remete a manifestar para exigiremos os direitos que nos é conferido.
É legítimo a pressão que os jovens estão à fazer ao executivo de João Manuel Gonçalves Lourenço, e nós a JURS vamos apoiar, intervir e defender os problemas sociais dos jovens.
O Decreto- O discurso do Presidente sobre o Estado da Nação. Correspondeu às expectativas? O que faltou numa fase como essa que os angolanos estão a passar?
Gaspar Fernandes: Não correspondeu às expectativas, porque até agora JLO ainda não apresentou dados estatístico sobre o grau de implantação nos vários domínios segundo o seu manifesto eleitoral. Depois, neste discurso ficou claro que o PR não conhece os seus liderados e nem as obras que estão a ser implementado pelo seu governo.
Nome completo: Gaspar dos Santos Fernandes.
Apelido: Dos Santos
Local de nascimento: Luanda – Cazenga
Estado civil: Solteiro
Profissão: geólogo
Formação ou área de formação: Gestão de Empresas.
País dos Sonhos: Angola
Lema de Vida: Amar o teu próximo.
Hobbies: Desportos (Basquetebol e futebol), vídeo games.
Livros: Teoria Geral da Administração; Gestão Estratégica das organizações, Bíblia Sagrada.
Conte um pouco como começou a sua vida cívica: Entrei na política em 2007 um ano antes das eleições gerais de 2008, e na época tinha os meu 19 anos de idade. Tinha sido convidado a participar num evento que visavam celebrar o aniversário do PRS em Luanda, propriamente no seu complexo, situado em Viana Capalanga.
Desde aquele dia até hoje me identifiquei com o propósito do Partido.
Dizer que, estou a fazer carreira como líder da JURS, fui secretário Municipal da JURS em Viana, também fui Secretário Provincial da JURS em Luanda num período de 2013 à 2017 e hoje só o Secretário Nacional da Juventude do PRS.