O MPLA, partido que lidera actualmente o destino de Angola, rejeitou as acusações segundo as quais interferiu na decisão tomada pelo Tribunal Constitucional, qua anulou o 13° Congresso da Unita, durante o qual Adalberto da Costa Júnior foi eleito como presidente da principal força política da oposição angolana.
MPLA descarta interferência no acórdão que anulou 13º congresso da UNITA.
O MPLA, partido no poder em Angola, nega interferência na decisão do Tribunal Constitucional que anulou o 13 º Congresso Ordinário da UNITA, no qual foi eleito Adalberto Costa Júnior para o cargo de presidente.
O líder deposto da UNITA insiste em apontar o dedo ao partido dos “camaradas”.
Mário Pinto de Andrade, secretário para os Assuntos Políticos e Eleitorais do MPLA, considera como irresponsáveis as acusações e aconselha a UNITA a estar focada na realização do próximo congresso.
O político do partido dos “camaradas” é de opinião que o “Galo Negro” não deve procurar pode bodes expiatórios para não acatar o acórdão do Tribunal Constitucional.
“A UNITA não pode invocar que há uma mão invisível ou visível do MPLA. É preciso que a UNITA respeite a instituição que é o Tribunal Constitucional, porque o Tribunal Constitucional é que vai validar as eleições do próximo ano”, exortou Mário Pinto de Andrade.
Por sua vez, Adalberto Costa Júnior, presidente destituído da UNITA, que já prometeu acatar a decisão do tribunal, continua a apontar o dedo ao MPLA pelo seu afastamento da liderança dos “maninhos”.
O agora ex-líder da UNITA afirmou que, a avaliar pela postura das entidades públicas que dirigem o país, dificilmente o MPLA ia-se distanciar deste caso com repercussões internacionais.
“Olhando para as características do país, olhando para posturas publicas de quem nos dirige para os atentados às instituições de direito, diria sim, a atracção do abismo, nós vimos que dificilmente o MPLA ia-se distanciar dessa exposição extrema internacional”, lamentou o também presidente da Frente Patriótica, uma plataforma eleitoral da oposição criada para fazer frente ao MPLA nas eleições previstas para 2022.
A semana passada, por força do acórdão do Tribunal Constitucional, Isaías Samakuva, voltou a assumir a liderança da UNITA, prometendo a convocação de um congresso extraordinário na segunda quinzena do mês de Outubro.
O Tribunal Constitucional (TC) pronunciou-se, em nota, que das supostas irregularidades, consta a dupla nacionalidade de Adalberto da Costa Júnior à data de apresentação da sua candidatura às eleições do XIII Congresso, realizado em novembro de 2019.