Mauricio Nzulu, o novo presidente do Fórum Cabindês Para o Diálogo (FCD), pede ao Governo angolano que reconheça a especificidade e o estatuto especial de Cabinda. Mauricio Nzulu diz que o povo de Cabinda “está a gemer”.
Em declarações aos jornalistas nesta terça-feira, 7, o substituto de Bento Bembe, anuncia uma nova postura nas negociações com o Executivo para levar o Governo de João Lourenço “a reconhecer o estatuto especial de Cabinda”. Para isso, Nzulu quer contar “com todas as forças vivas e interessadas na questão de Cabinda”.
O novo presidente do FCD considera “deplorável a situação actual de todos os pontos de vista”.
“Não há liberdade, a população vive uma situação miserável, não há agua, energia, escolas estão em ruinas e com a Covid o povo está a gemer”, lamenta o general, que também critica o que aconteceu na Casa da Segurança do Presidente da República.
“Eu fui vice-chefe do Estado-maior das Forças Armadas, não posso ter aquele dinheiro, como é que foi, é escandaloso, o povo está a gemer, e que isso não se repita”, sustenta.
Quanto ao futuro, Nzyu diz que é hora de esquecer o que o seu antecessor, Bento Bembe, fez com o FCD e “partir para uma nova dinâmica”.
O general na reforma Maurício Nzulu foi eleito presidente do FCD a 11 de Janeiro por 97% dos votos, após José Tembo Bissafi ter retirado a sua candidatura.
O órgão foi criado em 2004 para fomentar o diálogo entre as diversas sensibilidades da província de Cabinda e o Governo angolano.