O levantamento ou não da cerca sanitaria à capital de Angola, imposta para evitar a propagação da pandemia da Covid-19 a outras províncias, continua a merecer posições diferenciadas entre o Governo e a oposição.
Os partidos da oposição pedem o seu levatamento por a considerarem absurda e colocar em dificuldades, ainda mais, as empresas e os trabalhadores, enquanto a doença está presente em todo o país.
No seu discurso de fim de ano, o Presidente da República, João Lourenço, deu um sinal no mesmo sentido mas sem indicar datas.
O deputado pela bancada da UNITA Joaquim Nafoia diz que o aperto económico que se vive em Luanda deriva desta cerca, cuja manutenção ja não faz qualquer sentido.
“Várias empresas estão a falir e a cada dia aumenta o exército de desempregados, sabemos que a economia do país praticamente concentra-se em Luanda, a manutenção da cerca em Luanda é um absurdo, é assassinar a própria economia”, sustenta Nafoia.
Por seu lado, João Nazaré, membro da coordenação de Comunicação Social e Marketing da CASA-CE, considera que os objectivos que levaram à aplicação da cerca sanitária sobre Luanda hoje estão ultrapassados.
“A CASA-CE entende que de facto a cerca sanitária de Luanda nos dias que correm, pelos números que temos, já não se justifica porque quando se decidiu pela cerca de Luanda era para evitar que o vírus se propagasse para o resto do país, mas agora nada justifica a sua manutenção”, defende Nazaré
A cerca sanitária de Luanda foi implementada em março numa altura em que o vírus estava apenas circunscrito à capital do país, mas agora as 18 províncias de Angola registaram casos da Covid-19.
UNITA e CASA-CE pedem levantamento da medida imposta em março, PR admite mas não dá datas.