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Angola: Oposição diz que “não há combate à corupção”, deputado do MPLA apresenta números

Quatro anos após o Presidente angolano anunciar que a luta contra a corrupção seria a principal bandeira do seu mandato e quando a directora do Serviço Nacional de Recuperação de Activos, Eduardo Rodrigues, reconhece que apenas quase 7 bilhões dos cerca de 50 bilhões de dólares desviados estão no país, MPLA, oposição e activistas têm leituras diferentes.

O MPLA, partido que suporta o Governo, diz que os resultados da luta empreendida contra a corrupção em Angola são satisfatórios.

João Pinto, um dos vice-presidentes do grupo parlamentar do MPLA, garante que o programa já recuperou para os cofres do Estado acima de 13 mil milhões de dólares.

“Claramente mérito do Presidente João Lourenço que procura moralizar a sociedade, neste processo, foram também recuperados imóveis que tinham sido adquiridos com recursos públicos, felizmente tem havido a colaboração e para os que não colaboraram, o Ministério Público tem feito isso”, afirma Pinto.

“Mas onde está este dinheiro recuperado e de quem”, é a pergunta que faz outro deputado, mas da CASA-CE, na oposição, Makuta Nkondo, para quem não existe combate algum contra a corrupção em Angola.

“Este combate é selectivo, só uns é que são atingidos e mesmo estes não sabemos onde estão presos, na Assembleia Nacional nunca viu um documento a explicar o que recuperaram, o dinheiro está onde? Eu, sou deputado, nunca vi nada”, garante Nkondo.

A UNITA, o principal partido da da oposição, diz não haver combate à corrupção, o que acontece é “uma transferência do dinheiro das mãos de uns corruptos, para outros”.

“Desde que João Lourenço assumiu o poder, já realizou mais de 165 adjudicações directas, é só vemos que antes era a Odebrecht que abocanhava todas as grandes empreitadas, hoje é a Omatapalo que nós sabemos a quem pertence, nas demais províncias os governadores têm empresas de prestação de serviço em todas as áreas, as obras acabam por ficar com as suas empresas e estes governadores, ao mesmo tempo, são os primeiros secretários do MPLA, portanto no rigor não há nenhum combate à corrupção no país” acusa o deputado Joaquim Nafoia.

A percepção é a mesma entre alguns elementos da sociedade civil.

Em jeito de análise, o jornalista e docente universitário José Correia entende que com este elenco governativo é impossível combater corrupção.

“Como é possível o Presidente da República combater a corrupção se os corruptos são as pessoas que com ele comungam os princípios do poder executivo, isto não passa de propaganda política para dar a percepção à opinião pública que se está a lutar contra corrupção”, diz Correia para quem “enquanto o Governo for o mesmo, as pessoas forem as mesmas não há como combater a corrupção”.

Assinala-se nesta quinta-feira, 9 de Dezembro, o Dia Mundial Anti-Corrupção.

 

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