Nos últimos dias tem-se registado vários factos como assaltos, raptos, roubos, assassinatos que levam as forças políticas na oposição a concluir que o ano de 2022 começou com um crescer da criminalidade violenta que leva à insegurança nos bairros de Luanda.
Alguns analistas apontam para um “acumular de crises que agora explodem”.
“Temos assistido aqui em Luanda o aumento da criminalidade com muita violência, e nós queremos compreender o que se passa”, disse
Makuta Nkondo deputado pela CASA-CE diz que a insegurança nos bairros é tanta que há percepção que o cidadão está abandonado.
“É uma violência total e o povo quase abandonado a sua sorte, é um problema sério nos bairrosneste momento em todo lado, há taxistas a raptarem passageiros, enfim há um aumento vertiginoso da criminalidade”, disse.
“O ministro do interior disse recentemente, segundo as suas estatísticas que a criminalidade tende a diminuir em relação ao ano passado, eu mandei-lhe uma mensagem via Whatsup aconselhando-o a evitar citar estas estatísticas, para não lhe induzir em erro”, disse.
“O ministro só me respondeu que estão a trabalhar mas a prática aponta para outra realidade, os bandidos estão aí nos bairros a passear a vontade, não são
apanhados, eles bebem nas cantinas livremente ninguém os detém”, afirmou.
O psicólogo forense Fernandes Manuel considera haver um acumular de crises sociais que foram negligenciadas que hoje estão a explodir.
“Há causas visíveis que se foram acumulando ao longo do tempo, não foi feita uma leitura atempada, pelo que hoje estão a explodir”, disse.
A situação se agrava ainda mais pela franja juvenil envolvida nestas práticas, segundo o sociólogo João Lukombo Nza Tuzola.
“São maioritariamente jovens que dificilmente encontra emprego, numa taxa entre os 18 aos 25 anos de idade que representa a maior taxa de desemprego quase cinquenta porcento”, disse afirmando ainda que “a juventude (está) desesperada e frustrada principalmente para arranjar formas de subsistência, como alimentação e outras necessidades eles refugiam-se neste tipo de práticas e comportamento, para encontrar soluções para as necessidades”.
Nós tentamos sem qualquer sucesso, ouvir o porta-voz da polícia de Luanda.