spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Angola: Pacientes de doença “falciforme” sem atendimento em Malanje

Com mais de 600 mil habitantes, a província angolana de Malanje não dispõe de médico hematologista para acudir os diversos pacientes com anemia falciforme. Esta crise está a gerar preocupação na sociedade.

Na província angolana de Malanje multiplicam-se relatos desesperados de famílias com membros que sofrem de anemia falciforme, uma doença crónica, genética e grave. Esta anemia é provocada pela malformação das células sanguíneas e tem efeitos praticamente em todos os órgãos do corpo.

A doença abalou a vida de Josefa Mendes, de 38 anos. A comerciante perdeu a filha de 14 anos, que sofria de anemia falciforme. Fizeram-se esforços para salvar a vida da menina, mas em vão. “Mesmo os guardas disseram, nós não temos a pessoa que pode doar sangue a essa menina. Quando eram 19 horas, a menina foi.”

Falta de recursos

Também a vendedora ambulante Fátima Damião, de 28 anos, vive um drama diário. A sua sobrinha é portadora do traço falciforme. “O irmão mais velho também é falciforme. Queixa-se muito de dores nos ossos, de fraqueza”. É a segunda vez que têm que internar a menina no Hospital Materno-Infantil de Malanje, afirmou à DW África.

Armando Dala é o diretor clínico do hospital, uma das maiores unidades sanitárias da província. Conta que há uma crise no atendimento de pessoas com anemia falciforme pelo facto de não haver um médico hematologista na região.

Dala procura remediar a situação, mas “falta-nos recursos humanos e técnicos para poder assegurar uma consulta específica para a doença. Nós não temos um hematologista que possa dar suporte ao estudo e seguimento dos doentes com a doença de drepanocitose.”

Atendimento só em Luanda

A diretora do laboratório de análises clínicas Sagrado Coração de Jesus, irmã Socorro, conta que, entre 110 testes a pacientes, 30 a 35 acusam anemia falcifome. De acordo com a irmã, o mais preocupante é que quem necessita de atendimento só recebe assistência na capital, Luanda, a 400 quilómetros de distância.

“Os que têm possibilidade económica vão a Luanda”, explica, pois lá há um centro dedicado ao tratamento da doença. Mas, “na nossa população, nem toda gente tem essas possibilidade económicas”.

 

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados